segunda-feira, 14 de agosto de 2006

Ser Maçon

Entre os maçons que conheço, quase sempre foram três as razões que os conduziram ao caminho da Maçonaria.
Uma das mais comuns, deve-se à herança dos princípios maçónicos que têm levado muitos a trilharem pelos caminhos que outros como objecto da sua admiração lhes indicaram, e de certo modo, legaram na sua formação humana e cívica.
Outra razão, igualmente comum, se não mesmo a mais frequente, está associada ao convite directamente formulado por alguém, que na qualidade de Maçon, revê em alguém, que não o sendo ainda, as qualidades e as características que entende, de boa fé, constituírem a base de um potencial Irmão Maçon.
Finalmente a terceira razão, e decerto a menos frequente, mas não necessariamente menos importante, resulta de uma busca ou encontro mais ou menos fortuito, a que se seguiu o apelo e a atracção da cultura e causa maçónicas.
De qualquer modo, e indiferentemente do modo como cada indivíduo se tornou Maçon, importa saber as razões que levam a cada momento, milhares de pessoas em todo o mundo a abraçarem uma causa, que para a maioria da pessoas é “secreta”, mas que para os mais atentos, é apenas “discreta”.

À imagem pública de “secretismo” segundo a qual, indivíduos de postura suspeita, se reúnem em locais secretos numa atitude quase conspirativa, para aí desenvolverem acções de influência ou de lobby em proveito próprios, sobrepõe-se outra bem diferente e mais consistente com a realidade.
De facto, ser-se Maçon, é pensar-se em si mesmo como um templo que se vai construindo numa busca constante pela melhoria e aperfeiçoamento enquanto indivíduo, e pensar na sociedade geral que o rodeia e acolhe, como objecto igualmente importante da sua acção enquanto ser integrado na mesma, na busca pela Justiça, a Verdade, a Honra e o Progresso, que caracterizam os Maçons, que neles, aplicam dedicadamente toda a sua Força, a sua Sabedoria e buscando a Beleza nas acções e nas obras.
Com efeito, ser-se Maçon, significa trabalhar com dedicação, numa causa de que todos beneficiem, não sujeitar-se a dogmas ou interesses que excluam o bem social dos demais. É acreditar que a saúde, a educação e a cultura são bens essenciais e que a evolução se dá pela via da instrução e do conhecimento e assim, promovê-los de uma forma acessível e universal.
Poderia dizer-se que não se é Maçon porque se quer simplesmente sê-lo. Ser-se Maçon, é sobretudo uma forma de estar que resulta de um esforço continuado, de modo que não se é Maçon porque se tornou apenas, mas porque os outros nos reconhecem como tal.

Autor: Sheikh

1 comentário:

Anónimo disse...

A frase “ser-se Maçon, é pensar-se em si mesmo como um templo que se vai construindo” penso que nos da uma excelente ideia da forma como nos devemos construir e, mais importante que isso, onde devemos procurar as verdades… No nosso interior… O que nos leva a pensar nas “escadas em espiral”, em que nos devemos virar para dentro como forma de crescer, passando da pedra bruta à pedra trabalhada…

Ricardo