terça-feira, 7 de outubro de 2008

A pedra em Maçonaria

Quando cada um de nós franqueou as portas desta Augusta Obediência tinha da pedra o conhecimento profano: uma expressão do reino mineral que se apresenta de forma ora extremamente rígida ora singularmente moldável.
Na altura de recebermos as Luzes e de termos feito simbolicamente o nosso primeiro trabalho na Pedra Bruta, apercebemo-nos então que esta é dura como o granito, pois só assim poderá servir de alicerce sobre o qual repousa a construção do Templo Iniciático.
Todavia, se relancearmos o olhar para os primórdios da história da humanidade logo nos apercebemos que cedo o homem viu na pedra um precioso instrumento, primeiro para a sua sobrevivência, depois para o seu desenvolvimento.
Ao ser proposto a cada Maçom o nobilitante objectivo de limar as arestas da pedra imperfeita, está-se a significar que ele tem em si capacidades, por vezes até então ocultas, para progredir no caminho do conhecimento, da justiça, da liberdade.
Cada um de nós deve constituir exemplo, para a comunidade maçónica e para si própria, de obreiro incansável na prossecução da árdua e interminável tarefa de desbastar a pedra bruta.
Os trabalhos da Resp.'. L.'. Estrela D'Alva têm-no atestado de forma iniludível, pelo que se faz Maçonaria!

Autor: Álvaro

1 comentário:

Anónimo disse...

Talvez possamos admitir, não apenas para a trajectória biográfica de um indivíduo, um percurso de maturidade para a humanidade, de crescimento ético na forma como nos relacionamos, enquanto indivíduos uns com os outros e enquanto seres humanos para com o planeta. Há um percurso, um «passado comum», um sentido ético e épico para a existência humana? Da recolectores e caçadores a agricultores e cidadãos, desde as primeiras regras de Direito até aos Direitos Humanos e a extensão da cobertura jurídica a coisas naturais, ao ar que respiramos, aos rios e oceanos, às outras espécies... Que percurso de milénios e milénios de História? A existência humana tem um sentido? Ou o mito de Sísifo representa para nós essa encenação da inutilidade, do eterno retorno do trabalho, de um tempo quotidiano demasiado oprimido para o livre pensamento? E, no entanto, também Sísifo podia pensar, no seu caminho descendente, do outro lado da colina era um homem livre, talvez igual a tantos outros, talvez fraterno e disponível como nós. (JCraveiro)