terça-feira, 15 de setembro de 2009

Quem Somos?

Os meus voos pela Maçonaria continuam, agora sustentados pelo aprendizado e reforçados pela solidariedade que nos une. Foi-me confiado um novo voo, o voo pelo sentimento de solidariedade, o voo que só agora tive capacidade para fazer, uma vez que consegui libertar-me de determinados vínculos que o poderiam por risco. Neste voo, na procura de respostas para “Quem somos?” sou orientado pela igualdade e para tal foi me ensinado o uso da alavanca e da régua, só assim e agregado ao uso do malho, do cinzel e do esquadro será possível continuar o meu percurso pelo sentimento da fraternidade. Tornei-me num obreiro da inteligência construtora, resultado de um aprendizado fiel e perseverante e assim parti para este voo, com o espírito de eterno aprendiz e mantendo sempre presente os deveres e responsabilidades que não deixo de cumprir e que se somaram à minha nova condição, sendo fruto do meu crescimento. Sinto-me capaz de começar agora, cresci, e começo a relacionar os elementos do conhecimento como, a Geometria, a Geração, a Gravidade, o Génio, a Gnose bem como a Luz do centro da loja em que fui aceite.
No meu percurso pelo estudo da Maçonaria Moderna, descobri as nossas origens ”de onde viemos” que me prepararam para saber “Quem somos?”, o meu voo é iluminado por uma luz suave, uma luz que não tem irradiações resplandecentes e nem um poder iluminativo igual ao do sol, e por um compromisso fiel à Vida. Assim, e suportado pelos raios dessa luz, cultivo o meu próprio génio sem nunca me esquecer, que o uso que lhe der poderá conduzir-me à liberação do Espírito ou a Escravidão da Matéria. “Quem somos?”, está sempre presente na minha trajectória e sob o tríplice aspecto de “produto da evolução da natureza”, de “ser individual dotado de auto-consciência e razão” e de “expressão ou manifestação directa da Vida única, para a qual tende constantemente com seu progresso” o que me vai permitir voar com todas as preocupações e estudos necessários ao meu crescimento.

Esta viagem enigmática tem que ser feita pelo meu Eu interior e leva-me ao estudo das propriedades dos números, e agora na minha rota tenho novos número, novos símbolos, novos caminhos para descobrir. Entro assim no reino da experiência do sensível através dos vários elementos que se cruzam no microcosmos, macrocosmos e na essência, e voo orientado pelo o fogo, pelo ar, pela terra e pela água. O Fogo ilumina o Oriente; o Ar o Ocidente; a Terra o Sul e a Água o Norte, tornam-se na minha ferramenta de orientação e delimita e constitui toda a natureza e essência do meu voo. Aprendi neste voo, que esta ferramenta relacionam-se não só com a matéria mas também com a essência, o Fogo com a vontade e com a imaginação, o Ar com o pensamento, como juízo e com a reflexão, a Água com o sentimento, com a emoção e com a sensação e a Terra, por fim, com a percepção, com o sentido prático e com a acção. Sou assim orientado neste meu voo e apoiado nas decisões que devo tomar e nas rotas que devo seguir. Nesta trajectória e com todo o apoio que me é facultado, sou orientado assim, para um elemento, um elemento superior aos anteriores e com ele é me permitido voar para um novo estágio, ou seja, do domínio da matéria ao da Vida e da Inteligência.

Aprendi que pela obra deste elemento, segundo o Gênesis, apareceram os animais sobre a terra, a razão da existência e que tudo o que me apoia neste voo advém dele. Ao deparar com ele descobri, que este é o ponto de intercessão dos dois Princípios ou elementos primordiais, que levam na simbologia hermética o nome do Sol e da Lua e torna-se no ponto de origem dos elementos ordinários que se tornaram nas ferramentas que me ajudam nesta viagem e me fazem crescer. Voei e cresci, agora sei a razão, o porquê, as ferramentas que me foram dadas acrescidas à energia do Homem e aos sentidos dão sentido ao meu voo e orientam-me as rotas que devo seguir.

O voo que me esforço por conseguir dota-me de alguma audácia e por isso sou tentado a responder à pergunta que me fez inciar este voo (Quem somos?). Essa pergunta leva-me a olhar para trás e faz-me sentir mais que nunca como um eterno aprendiz, pois “somos homens livres e de bons costumes …” somos Maçons.
Como resultado disso gostaria de partilhar com todos, e no fundo também como forma de agradecimento por tudo o que senti, que sinto e vivo no nosso templo maçónico, além do privilégio de ter a possibilidade de poder crescer como ser humano. Desta forma, cito um pequeno texto que expressa o que me vai na alma e que faz parte de todos nós: “Templo Maçônico é a atmosfera de amor, de verdade e de justiça formada pela união de corações ávidos das mesmas esperanças sequiosos de idênticas aspirações porque sem esse isocronismo de acção, sem essa elevação, poderá haver quando muito, grupos de homens, nunca porém Maçonaria”.

Autor: Ícaro

2 comentários:

Anónimo disse...

Um texto profundo que nos conduz a uma busca interior, um texto profundo de um maçon progressivo.
Parabéns

Anónimo disse...

Parabéns pelo aniversário.
Sabedoria, Força e Beleza !
TAF