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terça-feira, 11 de dezembro de 2018

Estrela D’Alva – 109.º Aniversário


Ao iniciar esta publicação, saudamos todos os leitores com a divisa desta Respeitável Loja - Pátria e Liberdade! e com uma antiga tradição maçónica - Saúde e Fraternidade!
 
“A região do Vale do Alva tem na sua história uma disputa entre três rios, o Mondego, o Alva e o Zêzere, todos nascidos na Serra da Estrela. Estes três rios envolveram-se um dia numa grande discussão sobre quem seria o mais valente e acertaram numa corrida que esclareceria a questão: quem chegasse primeiro ao mar seria o vencedor.
O Mondego levantou-se cedo e começou a deslizar silenciosamente para não atrair as atenções. Passou pela Guarda, pelas regiões de Celorico, Gouveia, Manteigas, Canas de Senhorim, pela Raiva, onde se fortaleceu junto dos ribeiros seus primos, chegando por fim a Coimbra. O Zêzere, que estava atento, saiu ao mesmo tempo que o seu irmão. Oculto, por entre os penhascos, foi direito a Manteigas, passou a Guarda e o Fundão, mas logo depois se desnorteou e, cansado, veio a perder-se nas águas do Tejo. O Alva passou a noite a contar as estrelas, perdido em divagações de sonhador e poeta. Quando acordou, era já muito tarde, mas ainda a tempo de avistar os seus irmãos ao longe. Tempestuoso, rompeu montes e rochedos, atravessou penhascos e vales, mas quando pensava que tinha vencido deparou com o Mondego, no momento que este já adiantado chegava ao mar. O Alva ainda tentou expulsar o seu irmão do leito, debatendo-se com fúria e espumando, mas o Mondego engoliu-o com o seu ar altivo e irónico.” 

Esta lenda de Portugal encerra em si um tríptico simbolismo relacionado com a origem e fundação da Loja Estrela D’Alva.
Em primeiro lugar, a antiguidade, da origem do nome e da actividade maçónica. Segundo dados históricos, o nome "Estrela d'Alva" dado a uma loja maçónica em Portugal, data dos finais de 1800 na cidade de Coimbra. Em princípios de 1900 há registo de actividade de uma Loja na região do Vale do Alva. Sabe-se e conhece-se, os  nomes de Maçons que viviam na região, tinham valores e princípios morais, éticos, sonhavam com uma sociedade mais justa e fraterna, lutavam pela liberdade, pelos direitos do homem, mantendo a sua actividade nesta região até 1912.
Em segundo lugar, a região do Vale do Alva embora seja uma região serrana com as adversidades da natureza e de formação territorial, nunca impediu que as gentes que viviam, e vivem na região se deixassem abater por essas contrariedades, foram gentes que lutaram pelo progresso, pela evolução, com valores, determinados em prol dos mais desfavorecidos, da justiça, da igualdade e com vasta intervenção social e de cidadania.
Em terceiro lugar, existe a ligação ao nome Estrela de Alva, como uma homenagem às gentes da região, (existe mesmo uma localidade como o nome: Estrela de Alva). Ainda, serviu para a ligação do mundo terreno ao celeste, através da estrela mais próxima do planeta Terra, que se tem chamado popularmente de Estrela Vespertina, Estrela Matutina, Estrela do Pastor, Estrela d'Alva ou cientificamente planeta Vénus. 

No aspecto mitológico, a Serra da Estrela, julga-se que corresponda à elevação a que os tratadistas romanos da Antiguidade chamavam de Montes Hermínios (Herminius Mons) ou "Montes de Hermes" (deus greco-latino dos pastores, também conhecido por Mercúrio). A associação desta serra a uma estrela pode remontar à pré-história. Investigações arqueológicas permitiram reconstruir uma imagem da vida no quinto milénio a.C, no Neolítico antigo. Ao mesmo tempo, a estrela Aldebaran, a mais brilhante da constelação do Touro, nasceria sobre a Serra. O seu nascer, na alvorada, aconteceria em finais de Abril/inícios de Maio e este evento poderia ter sido usado para marcar a transição para climas mais quentes e, portanto, para os pastos da Serra da Estrela. Esta narrativa proveniente dos registos arqueológicos encontra-se no entanto bastante próxima das lendas e mitos que explicam o nome da serra - Estrela

Mas, outros significados mais simbólicos têm este nome e esta lenda. Na lenda estão plasmados valores, princípios, símbolos que são interiorizados pelos Maçons, senão vejamos: a determinação de lutar, progredir, vencer, a honra, o caminho a percorrer. Tem o simbolismo dos elementos da natureza - terra, água, ar, numa viagem feita com o objectivo de conhecer outras realidades, o chegar ao mar imenso e por conhecer, por que não, outros mundos, foi do mar que partiram os Descobrimentos. Tem o conhecimento, a geometria do espaço, a ligação à astronomia, a divagação com a ligação à filosofia, à poesia, às artes, o sonho na demanda do mundo melhor, pois como diz o poeta: o sonho comanda a vida. Por fim, e não menos importante, a disputa por chegar mais longe, o desbravar do caminho, é feita por 3 irmãos que em igualdade, partem na demanda do conhecimento e de outros mundos. 

Pelo saber de hoje, o nome “Estrela D’Alva” dado a uma Loja maçónica em Portugal, remonta ao ano de 1871. Por perda de elementos para garantir a transmissão iniciática, a actual Loja Estrela D’Alva é herdeira de 109 anos de trabalho, de irradiação da Luz, mantendo-se activa e regular desde 1908 sem qualquer interrupção ou abatimento de colunas, mesmo nas dificuldades e agruras da clandestinidade.
Tem o timbre: ‘’Augusta, Benemérita e Respeitável Loja Capitular, Areopagita e Consistorial Estrela D’Alva n.º 289 sob os Auspícios do Grande Oriente Lusitano”, e como Divisa: "Pátria e Liberdade"! 

Muitos dos seus Obreiros, abnegadamente, com empenho, com sacrifício da sua vida, mesmo correndo vários perigos na ditadura, entregaram-se à causa da Maçonaria, nunca hipotecando a sua cidadania activa e a defesa intransigente dos Direitos Humanos e da Liberdade. Exerceram vários e importantes cargos em Loja e nos vários órgãos do Grande Oriente Lusitano. 

Veneráveis Mestres:
- 1908 a 1910 - Capitão Cruz
- 1910 a 1914 - João Rodrigues de Paula
- 1914 a 1918 - Capitão Cruz
- 1919 a 1931 - João Carlos Costa
- 1931 a 1944 - Raul Weelhouse
- 1944 a 1988 - Luis Bettencourt
- 1988 a 1991 - W. A. Mozart
- 1991 a 1993 - F. Chopin
- 1993 a 1995 - Fernando Pessoa, II
- 1995 a 1998 - Albert Schweitzer, II
- 1998 a 2000 - O. S. Marden
- 2000 a 2003 - Júlio Verne
- 2003 a 2004 - Tibério Graco
- 2004 a 2010 - Júlio Verne

Funções no Grande Oriente Lusitano:
- João Carlos Costa, Vários órgãos do GOL de 1919 a 1931.
- Raul Weelhouse, Presidente Conselho da Ordem e Órgãos do GOL de 1931 a 1944.
- Luis Bettencourt, Vários órgãos do GOL de 1944 a 1988.
- José Pascoal Gomes, Vários Órgãos do GOL, Conselho da Ordem, Internato S. João.
- António Reis, Grão Mestre GOL de 2001 a 2011.
- Vários Obreiros no Grémio Lusitano, Internato S. João, Escola Oficina N.º 1, Liga Portuguesa Direitos do Homem. 

Com esta história e vetusta idade, é natural que esta Loja tenha tido, e tem uma participação activa na Maçonaria em Portugal. E como é notável a actividade da Maçonaria em todos os domínios da vida nacional! Devem-se-lhe as grandes vitórias das ideias progressistas: a abolição da pena de morte e da escravatura, a criação de escolas primárias e escolas secundárias técnicas, a generalização da instrução nas colónias, a criação de orfanatos, a luta contra o clericalismo e a separação do Estado da Igreja, o embrião da laicização das escolas, a criação de associações promotoras da instrução e da assistência segundo novos modelos, a campanha a favor da obrigatoriedade do registo civil, promoção e divulgação dos grandes vultos de Portugal, as leis que autorizam o divórcio, a reformulação do código civil e comercial, o Serviço  Nacional de Saúde, o Estado Democrático … Deve-se-lhe até a criação do sistema de jurados na justiça. 

A Resp Loja Estrela D’Alva e os seu Obreiros, integrados no Grande Oriente Lusitano e na Maçonaria Portuguesa, apesar de várias perseguições, tem contribuindo, enquanto em si caiba, na cadeia de elos formada por homens de todas as condições, na senda dos antigos usos e costumes da Ordem maçónica, em busca do aperfeiçoamento moral e intelectual do individuo e da sociedade, na procura da Verdade, Honra e Progresso e na transmissão dos valores de Tolerância, Fraternidade, afirmando-se contra a injustiça, a intolerância social e religiosa, a corrupção, a falta de ética e moral, as desigualdades sociais e enaltecendo o Mérito, o Trabalho e a Paz.

Autor: Júlio Verne

sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

Retoma dos Trabalhos


Leitores do blog Grémio Estrela d’Alva,
Por vezes, as ausências mais sentidas são aquelas que são mais difíceis de explicar, e por isso, na falta de palavras para justificar estes quatro anos de interregno, remetemo-nos à frase do poeta…  saudade não é falta, é a presença imortalizada dentro de nós mesmos!
Pegando nesse mote, e sempre com a memória dos textos que partilhámos no passado convosco, anunciamos a retoma da actividade deste blog, em data coincidente com o 109º aniversário da nossa R:.L:. Estrela d’Alva.
É já a partir do dia 16 de Dezembro de 2017, que iremos retomar as nossas publicações regulares, pelo que ficaremos muito gratos não só pela divulgação desta mensagem, como também pelos vossos comentários e contributos.

sábado, 14 de dezembro de 2013

105.º Aniversário Estrela D'Alva

A R. L. Estrela D'Alva comemorou mais um Aniversário, comemorou 105 anos de trabalho em prol da Liberdade, da Fraternidade, da Justiça Social no âmbito do Grande Oriente Lusitano, da Maçonaria Portuguesa e da Maçonaria Universal.

Em jeito de memória, conforme consta no Dicionário de Maçonaria Portuguesa de A. H. Oliveira Marques, o nome “Estrela D’Alva” foi dado pela primeira vez a uma Loja, em Coimbra no ano de 1871. Esta Loja só funcionou até 1873. Mais tarde, em Coimbra, entre 1908 e 1912, começou a existência da Loja Estrela D’Alva, com o n.º 289, o que indica que é regular, portanto inscrita no Grande Oriente Lusitano. Em 1937, existe documentação que a Loja esteve instalada em Algés. Durante a clandestinidade desenvolveu os seus trabalhos principalmente em Lisboa.  
Mantendo sempre a ligação e sob os auspícios do Grande Oriente Lusitano, após o 25 Abril de 1974, o Grande Secretário -Geral do Conselho da Ordem, exarou o seguinte despacho: ‘’ em 1911 a loja tinha o n.º 289. Pela circular n.º 9 de 16 de Março de 1935 figura como tendo abatido colunas, em data anterior. Nesta data – Dezembro de 1974 – regulariza-se no Grande Oriente Lusitano Unidos, com 14 obreiros e julgo que deve manter o mesmo n.º da antiga titular ‘’.  
Tem o timbre: "Augusta, Benemérita e Respeitável Loja Capitular, Areopagita e Consistorial Estrela D’Alva n.º 289 sob os Auspícios do Grande Oriente Lusitano ".

No primeiro livro de actas, na primeira acta desse livro, em 11 de Dezembro de 1974, apresentaram-se ao trabalho 16 Obreiros! Estes membros, mesmo estando a Maçonaria ilegalizada desde 1935 pela ditadura do Estado Novo, trabalharam grande parte da sua vida na clandestinidade, sem sede ou instalações, com a proibição de reunião, contornando os informadores da PIDE, lutando pela Liberdade. Alguns, em consequência das dificuldades e proibições, sofreram grandes sacrifícios, sentindo-se na sua própria vida e da sua família.

Nestes longos anos de trabalho regular, muitos e muitos passaram pelas colunas desta Loja, alguns nomes já ouviram na chamada do início, mas outros há que contínua e abnegadamente mantiveram acesa a chama, não deixaram esmorecer os Valores e Princípios da Maçonaria, combateram pelas nobres causas da Liberdade, dos Direitos Humanos e Sociais. Nestes anos em que o testemunho foi passado por gerações e que foram atravessados por múltiplos acontecimentos, como a Implantação da Republica, Estado Novo e a sua Ditadura, a privação da Liberdade e dos Direitos Humanos, a clandestinidade, uma guerra colonial, o alvorecer da Liberdade em Abril de 74, temos que prestar a nossa homenagem aos Maçons que nos antecederam, pela grande competência e extraordinária dedicação aos valores da Maçonaria e por manterem as colunas bem erguidas e irradiar com esplendor e brilho a Justiça, a Verdade, a Honra e o Progresso.

Renovamos os valores e principios da Ordem Maçónica e  como um dos principais  objectivos da Maçonaria é o da procura da Verdade nos seus mais variados aspectos e utiliza como linguagem, fundamentalmente, a linguagem simbólica, apelamos, por isso, para que conjuntamente trabalhemos na construção do Templo para que seja possível atingir a Liberdade, a Igualdade e a Fraternidade Universal.    

Autor: Hugo Grócio 

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Oriente Eterno

Cumpre-se o doloroso dever de informar a  passagem ao Oriente Eterno do nosso Querido Ir. Gualdim Paes.

Amanhã, dia 13 de Julho de 2013, a partir das 12,00h o corpo vai estar em camara ardente na Igreja Paroquial de Santa Maria - Praça Paulo VI – Barreiro e o funeral, com honras militares, será realizado a partir das 16,00h.

Com vista à cerimónia fúnebre maçónica, todos os Irmão e Irmãs deverão estar presentes às 15,00h na referida Igreja. 
Contamos com a participação nesta homenagem ao nosso Irmão que parte.

Choremos, Choremos, Choremos!

sábado, 15 de dezembro de 2012

104.º Aniversário da Respeitável Loja Estrela D'Alva

O nome “Estrela d’Alva” foi dada pela primeira vez em Portugal a esta Loja, em Coimbra, no ano de 1871 e manteve a sua actividade até 1873.  
Mais tarde, em 1908 retomou a sua actividade com o n.º 289, o que indicava que era regular e estava inscrita no Grande Oriente Lusitano. Em 1919, ao Vale de Algés, instalou-se em Lisboa trabalhando regularmente e mantendo o Rito Escocês Antigo e Aceite. Em 1937, fez uma incursão pelo Rito Francês. Finalmente, em 1945 adoptou definitivamente o REAA, mantendo a sua actividade ininterrupta até à presente data.  
A sua existência foi quase toda passada na clandestinidade, no entanto, manteve sempre o seu trabalho e as colunas erguidas até ao 25 Abril de 1974. Após, esta data histórica para o povo português, apresenta-se a trabalhos ao Grande Oriente Lusitano e em 11 de Dezembro de 1974, neste Palácio, realiza a primeira sessão em Liberdade com a presença de 16 Obreiros que vinham todos da clandestinidade.  
Tem como divisa: Liberdade, Igualdade, Fraternidade, como desígnio: Pátria e Liberdade e como timbre: ‘’Augusta, Benemérita e Respeitável Loja Capitular, Areopagita e Consistorial Estrela D’Alva n.º 289 sob os Auspícios do Grande Oriente Lusitano”.  
Nestes anos de trabalho existiram múltiplos acontecimentos, como a Implantação da Republica, Estado Novo e a sua Ditadura, a privação da Liberdade e dos Direitos Humanos, a clandestinidade, uma guerra colonial, o alvorecer da Liberdade em Abril de 74, entrelaçando-se com a história do Grande Oriente Lusitano e da Maçonaria Portuguesa.  
Muitos dos seus Obreiros, abnegadamente, com empenho, com sacrifício da sua vida, mesmo correndo vários perigos com a ditadura, entregaram-se à causa da Maçonaria e nunca hipotecando sua cidadania e a defesa intransigente dos Direitos Humanos, vieram a exercer vários e importantes cargos em Loja e nos vários órgãos Grande Oriente Lusitano, salientando aqui os mais recentes:  
- João Carlos Costa, VM e Órgãos do GOL de 1919 a 1931. 
- Raul Weelhouse, VM e Órgãos do GOL de 1931 a 1944. 
- Luis Bettencourt, VM e Órgãos do GOL de 1944 a 1988. 
- José Pascoal Gomes, 55 anos de Iniciado, Vários Órgãos GOL, Social, Obras Palácio. 
- António Reis, Grão Mestre GOL de 2005 a 2011. 

Todavia, este caminho não é fácil de seguir, durante o percurso da Maçonaria em Portugal houve perseguições, condenações à fogueira, morte, ditaduras, castramento da Liberdade, privação dos Direitos Humanos, e muitos Maçons pagaram com a sua própria vida a defesas destes ideais e valores.  
Desde 1727 que há Maçonaria em Portugal e o Grande Oriente Lusitanos existe desde 1802, a título de exemplo, vamos nomear alguns entre muitos:  
1742 - Jonh Coustos – denunciado à Inquisição, ele e vários membros da Loja são presos, torturados e condenados; 
1817 - Gomes Freire de Andrade – e vários Companheiros são presos, torturados, condenados, conduzidos ao cadafalso e fogueira; 
1820 – Com o retorno do absolutismo, os maçons são perseguidos, encarcerados e executados; 
1921 – Machado Santos, António Granjo, Carlos Maia - Um comando monárquico, fazendo-se transportar na “camioneta fantasma” durante a “noite sangrenta” procede a liquidações de proeminentes figuras republicanas. 
1929 – O Palácio Maçónico é assaltado pela Guarda Republicana e Policia – nova e grande perseguição;
1935 – O GOL resiste à lei de proibir “associações secretas” passa à clandestinidade; 
1937 – O Palácio Maçónico e confiscado e entregue à fascista Legião Portuguesa;  
Talvez, agora, compreendam melhor a ameaça que paira na actualidade de algumas vozes que querem que os maçons se declarem como tal, exigência essa só feita aos maçons, esqueçam propositadamente, as restantes organizações, ordens, clubes ou religião. Com esta intenção reiterada, seria ferido o principal direito dos cidadãos: o direito à livre associação e descrição.  

Também, neste caminho não pode ser esquecido o papel, actividade e acção de muitas mulheres que desde sempre lutaram por ideias de igualdade, direitos cívicos, direitos sociais, direito ao trabalho, direito ao salário, essas mulheres maçons, estiveram na primeira linha do combate e ombrearam com os homens maçons na luta por estas conquistas. 
Muitas delas iniciaram o seu caminho sob os auspícios do Grande Oriente Lusitano, com destaque, entre muitas outras: Carolina Beatriz Ângelo, Ana de Castro Osório, Adelaide Cabete, Maria Veleda. 
Sabemos até que Carolina Beatriz Ângelo e Adelaide Cabete foram depositárias da confiança de seus pares revolucionários a quem estes confiaram o segredo da conspiração republicana. Assim, Carolina e Adelaide coseram as primeiras bandeiras republicanas, que haveriam de ser desfraldadas após a vitória da revolução, ondulando as cores verde e rubra que até hoje permanecem como símbolo nacional. 

Quase certo, que as notícias que vos chegam, através dos órgãos de comunicação social são bem diferentes desta prestigiante história. Só vos chegam as notícias ou de possíveis maçons que tiveram um comportamento ao arrepio do que agora tiveram conhecimento ou de “maçons” com atitudes e acções criminosas, mas a história não pode ser apagada ou reescrita. A actividade da Maçonaria em todos os domínios da vida nacional é notável. Devem-se-lhe as grandes vitórias das ideias progressistas: a abolição da pena de morte e da escravatura, a criação de escolas primárias e escolas secundárias técnicas, a generalização da instrução nas colónias, a criação de orfanatos, a luta contra o clericalismo e a separação do Estado da Igreja, o embrião da laicização das escolas, a criação de associações promotoras da instrução e da assistência segundo novos modelos, a campanha a favor da obrigatoriedade do registo civil, promoção e divulgação dos grandes vultos de Portugal, as leis que autorizam o divórcio, a reformulação do código civil e comercial … Deve-se-lhe até a criação do sistema de jurados na justiça.   
Com certeza, que há maus maçons, alguns que escaparam à rigorosa selecção que é praticada, alguns que por interesses alheios e contra os valores e princípios dos bons costumes, sim há, poucos entre muitos, mas em quase 300 anos de Maçonaria moderna esses maus maçons serão escorraçados do Templo e mais cedo ou mais tarde serão afastados e apontados como os maus companheiros.  

Os maçons, procuram a verdade universal, sobrepõem a espiritualidade ao materialismo, defendem a liberdade e os direitos humanos, a intimidade e convicções pessoais, solidários com os desfavorecidos, querem a fraternidade entre os homens, tolerantes, de isenção política e religiosa, em democracia anseiam a paz entre os povos, defendem a natureza e o universo, buscam o aperfeiçoamento individual na construção do seu próprio templo interior.  
Amados e odiados, temidos e cobiçados, os maçons desde sempre foram perseguidos, e desde sempre resistiram às maiores atrocidades cometidas contra si, perpetuando no tempo a sábia espiritualidade, as colunas dos seus Templos e irradiaram a Luz dos seus valores no Mundo. 

Desde 1908, a Respeitável Loja Estrela D’Alva conta com 104 anos de trabalho regular e apesar de várias perseguições o testemunho foi passando por gerações, numa cadeia de elos formada por homens de todas as condições, na senda dos antigos usos e costumes da Ordem maçónica, em busca do aperfeiçoamento moral e intelectual do individuo e da sociedade, na procura de Verdade, Honra e Progresso e na transmissão dos valores de Tolerância, Solidariedade, afirmando-se contra a injustiça, a intolerância social e religiosa, a corrupção, a falta de ética e moral, as desigualdades sociais e enaltecendo o Mérito, o Trabalho e a Paz. 

Autor: Júlio Verne

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Comemoração do 104.º Aniversário da Estrela D'Alva

A Loja Estrela D’Alva comemora mais um aniversário, 104 anos de trabalho consecutivo, sem desfalecimento, mesmo em situações de grande dificuldade e clandestinidade na ditadura do Estado Novo. Desde 1908 a Loja mantém as colunas erguidas, irradiou Luz em prol da Maçonaria desfraldando a bandeira da Liberdade, da Igualdade e da Fraternidade.
Nos próximos dias de Dezembro, 15.12.2012, sábado e 17.12.2012, segunda-feira, realizaremos as festividades alusivas a tão importante data da nossa memória.

15.Dez. 2012 – Palácio Maçónico – Lisboa
- Sessão Solene de Comemoração do 104.º Aniversário
- Visita ao Palácio Maçónico e Museu Maçónico
- Mostra de Pintura da artista plástica Fernanda Picciochi e Luzia Lage
- Banquete Fraternal 
- Momento Musical e de Poesia

17.Dez.2012 – Biblioteca-Museu República e Resistência – Grandella – Lisboa
- Conferência BOCAGE, Um Maçom no Seu Tempo pelo escritor Jorge Morais 


Fernanda Picciochi 
Frequentou o curso da antiga escola António Arroio onde teve como professor de desenho, o mestre pintor Abel Manta.  
Mais tarde, na Sociedade Nacional de Belas Artes, frequentou os cursos de Pintura, onde teve como professores os pintores Jaime Silva, Paiva Raposo e Gonçalo Ruivo e em Desenho, com o professor e escultor Quitino, assim como um curso de Estética e Teorias de Arte Contemporânea ministrado pelo professor Dr. David Lopes.  
Durante os anos de frequência dos cursos na SNBA, entrou em vária exposições colectivas tanto nesta instituição como nas Galerias Pedra Rubra, Movimento Arte Contemporânea em Lisboa e em Braga na Galeria Mário Sequeira. 
A convite da Galeria da Câmara Municipal de Coimbra realizou uma exposição individual. Frequentou um curso de desenho ministrado pelo Mestre Lagoa Henriques e pelo pintor José Mouga no Instituto de Artes e Ofícios da UAL de Lisboa. Após esta formação continuou a frequentar o atelier do Mestre Lagoa Henriques durante dois anos, onde se dedicou ao desenho a pastel.
Frequentou o curso temático de desenho, composição e teoria da cor sob a orientação do pintor A. Tavares. Na Next Art frequentou o curso de aguarela.


Luzia Lage
Nasce em Outubro de 1962, em Lisboa. 
Completa o Curso de Desenho e Pintura no IADE, ao mesmo tempo que frequenta o Curso de Pintura na Faculdade de Belas Artes de Lisboa. 
1º Prémio de Imprensa Personalidade Feminina Portuguesa do Ano 2009, na Categoria de Artes Plásticas, por votação Nacional, sendo as outras duas nomeadas, a pintora Paula Rego e a pintora Lourdes Castro.Obra de Dimensão Pública: Painel tridimensional em azulejo - "Mães de Água", CREL; Painel - "Nascimento da Cidade", Edifício Imperador; Painel comemorativo para a inauguração da Casa do Artista, Lisboa, em parceria com os pintores: Eduardo Alarcão, José Cândido, Maria Amaral e Fernando Faria. 
Filme realizado por Álvaro Queiroz - "O Artista no seu Atelier" - Registos para o Arquivo Nacional da Imagem em Movimento, Acervo da Cinemateca Portuguesa Escreveram sobre a sua obra: Paulo Morais, Rodrigues Vaz, Manuela Martins, Albertina Estrela Guerreiro, Pedro Câmara, Júlio Quaresma, Lídia Jorge, Ezequiel Marinho, Eugénio Lisboa, Mário Nunes, Fernando Pinto do Amaral, Fernando Carvalho Rodrigues, Edgardo Xavier, Paulo Brandão e Rocha de Sousa. Está representada em várias colecções em Portugal, Alemanha, Reino Unido, França, Suiça e Austrália.


Jorge Morais
Escritor, n. 1955. 
Dedica-se em exclusivo à investigação e à publicação ensaística, nomeadamente no âmbito dos estudos maçónicos e dos estudos ingleses com incidência na História portuguesa dos séculos XIX e XX. Publicou, entre outros, os seguintes trabalhos: Sobre a instauração da República em Portugal:
“O Desembarque” (estudo sobre a partida da Família Real para o exílio, integrado na obra O Embarque – Um Dia na História de Portugal), Editorial O Acontecimento, Lisboa, 1990;
Com Permissão de Sua Majestade (ensaio sobre a participação da Família Real inglesa e da Maçonaria no 5 de Outubro), Edições Via Occidentalis, Lisboa, 2005;
Regicídio – A Contagem Decrescente (investigação sobre a preparação do assassínio do Rei D. Carlos e do Príncipe Real), Edições Zéfiro, Sintra, 2007.
Os Últimos Dias da Monarquia (ensaio sobre o Pacto Liberal de 1908 e o Reinado de D. Manuel II, com prefácio do Prof. Doutor António Reis), Edições Zéfiro, Sintra, 2009
Outros ensaios:
“Um Texto do Passado” (comentário à doutrina de Como se Levanta um Estado, de Oliveira Salazar), Edições Golden Books, Lisboa, 1977
Aventuras Trans-Ideológicas – Alteridade e Transgressão (ensaio sobre a deriva política de Ezra Pound), Edições Fi, Lisboa, 1997
Bocage Maçon (estudo bibliográfico sobre o Iluminismo Maçónico em M. M. Barbosa du Bocage, com prefácio de António Valdemar), Edições Via Occidentalis, Lisboa, 2007 (Prémio Bocage de Ensaio, 2006)
“Memória do Absurdo” (estudo sobre os últimos dias do Estado Português da Índia, em prefácio à obra Enquanto se Esperam as Naus do Reino, de João Aranha), Esfera do Caos Editores, Lisboa, 2008
Rua do Ácido Sulfúrico / Patrões e Operários: Um Olhar Sobre a CUF do Barreiro (ensaio sobre as políticas sociais da Companhia União Fabril entre 1907 e 1974), Editorial Bizâncio, Lisboa, 2008
As Obras de Misericórdia (estudo sobre as origens, a doutrina e a simbologia das 14 obras das Casas de Misericórdia portuguesas), Texto Principal, Lisboa, 2011.