terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Maçonaria e Maçons

Muitos de vós perguntam e questionam o que é a Maçonaria? O que é um Maçom?

Nós respondemos: Dizem-se os filhos da Luz e pretendem transformar homens bons em Homens melhores sobre os três pilares da Liberdade, Igualdade e Fraternidade.
Transportam consigo a ciência do traço, o número, a regra no maior dos segredos, rectos como fio-de-prumo transmitem a Luz. Quando partem, no Céu são as estrelas que iluminam na Terra os seus Irmãos, transmitindo-lhes força para continuarem fiéis aos seus ancestrais princípios. A cinzel, deixaram as suas marcas nas mais magníficas catedrais góticas da Idade Média que o mundo conhece. Com o esquadro e compasso estabeleceram planos, traçaram desenhos, calcularam e realizaram o Templo de Salomão.

Senhores da Espada Flamejante, do Triângulo, do Fogo, da Água, do Ar, do Delta Luminoso, do Sol e da Lua nos seus Templos unem a terra com o céu, entre estes símbolos trocam os segredos e entre eles colocam os frutos da sua união, a bela, sã e perfeita Romã e formam a Cadeia de União que gera energia e eleva o espírito. Diz a lenda, que com folhas de Acácia, símbolo da imortalidade, cobriram o túmulo do Mestre Hiram, o Príncipe dos Arquitectos, que no silêncio escutava o vento do deserto que lhe devolvia respostas.

Procuram a verdade universal, defendem a liberdade e os direitos humanos, a intimidade e convicções pessoais, solidários com os desfavorecidos querem a fraternidade entre os homens, tolerantes, de isenção política e religiosa, em democracia anseiam a paz entre os povos, defendem a natureza e o universo, buscam o aperfeiçoamento individual na construção do seu próprio templo interior.
Amados e odiados, temidos e cobiçados, os maçons desde sempre foram perseguidos, e desde sempre resistiram às maiores atrocidades cometidas contra si, perpetuando no tempo a sábia espiritualidade e das colunas dos seus Templos irradiaram a Luz dos seus valores para Mundo.

Autor: Júlio Verne

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Quem é o Aprendiz?

O aprendiz é a pedra bruta que foi escolhida na pedreira para ser desbastada e se tornar uma pedra de forma cúbica. A pedra bruta representa a natureza humana no estado primitivo, ainda bruta, rude, rústica, não trabalhada, imperfeita e cheia de arestas. É a imagem do homem sem introdução, com defeitos, vícios e paixões.
O aprendiz é simbolicamente comparado à pedra bruta antes de ser instruído nos mistérios maçónicos, devendo estudar para adquirir o simbolismo do seu grau, sua aplicação e interpretação filosófica. Deverá trabalhar constantemente para aperfeiçoar-se assimilando novos conhecimentos e consequentemente buscando auto conhecer-se, aparando as arestas do seu espírito.
Como maçom, desenvencilhando-se dos defeitos e paixões, para se tornar pedra cúbica ou polida e concorrer à construção moral da humanidade que é a verdadeira obra da maçonaria. Quando conseguir desbastar a pedra bruta, o aprendiz terá vencido a primeira batalha, vencendo-se a si mesmo e desfraldando a bandeira de sua evolução interior, sem perder de vista aquele fosco pedaço de granito e com o fito de diminuir as suas imperfeições. Propõe-se a descobrir de vez, seus defeitos, suas fraquezas seus deslizes e suas vaidades. Identifica-se, então, com o período de lapidação do seu ego, adaptando-se melhor aos costumes observados nas reuniões de seus irmãos e vai tornando-se mais puro e mais apto para pugnar pela felicidade do género humano.

É para realizar esta tarefa que ele trabalha com as ferramentas do aprendiz. O maço é o símbolo da vontade de trabalhar, esta vontade, guiada pela inteligência, habilita-nos a desejar o bem e o justo, impulsionando-nos à acção. O maço representa a força de vontade necessária para dominar as paixões.
O cinzel representa a inteligência, pois é o cinzel que direcciona a força do maço rumo às imperfeições da Pedra Bruta. Só a força não consegue tirar com perfeição os defeitos da mesma. É necessário que o cinzel encaminhe esta força ao ponto exacto e arranque com a sua ponta contundente a imperfeição percebida pelo aprendiz. O cinzel significa o livre arbítrio que é dotado o homem, manifestando-se nele na proporção do seu desenvolvimento espiritual. O homem comporta-se de acordo com as concepções formadas em seu coração, e recebe o fruto de seus pensamentos e de suas acções.

Para finalizar gostaria de dizer que este trabalho não significa a última macetada, pois não é última macetada que transforma a pedra bruta em pedra cúbica, mas sim a soma de todas elas!

Autor: Jacques De Molay
(Este trabalho foi efectuado com base no estudo e pesquisa: Grupo Maçom Orvalho do Hermom; O Aprendiz de Maçom , Assis de Carvalho , Ed. A Trolha; Curso de Maçonaria Simbólica, Theobaldo Varoli Filho, Gazeta Maçônica; Cartilha do Aprendiz , José Castelani; Maçonaria, um Estudo Completo , Júlio Doin Viera)

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Serei ateu?

Julgo que será consensual que o órgão que mais distingue o ser humano dos restantes seres vivos é o cérebro. De facto, na natureza é fácil encontrar animais que nos são superiores em muitos aspectos. Não nos comparamos em força a um elefante, em velocidade a uma chita, em audição ou olfacto a um cão e em acuidade visual a um lince, mas nenhum outro animal tem a nossa capacidade de raciocínio, de elaboração de linguagem ou de cálculo abstracto.
Uma vez que a natureza nos dotou com um cérebro acima do vulgar entre todas as espécies, parece-me que o mínimo que poderemos fazer será usá-lo. É isso que faz de nós animais racionais. Ou seja, sermos racionais não é um estatuto, mas uma obrigação natural.
A aplicação da racionalidade na análise da realidade implica inevitavelmente o recurso ao método científico. Quero no entanto deixar desde já bem claro que considero a ciência como uma ferramenta de trabalho na busca do conhecimento e não como um fim em si mesmo e ainda menos como uma forma alternativa de credo.
No método científico, há uma pedra basilar: o cepticismo. De facto o cepticismo, não é uma doença nem uma forma de antipatia, mas o ponto de partida para a construção de um raciocínio lógico e coerente. Respeito a opção daqueles que preferem acreditar em vez de pensar, mas para mim esse caminho não serve. Pessoalmente, assumo não só a minha formação científica como procuro sempre guiar-me por ela na minha forma de pensar.
No entanto, tenho de admitir que a crença tem uma vantagem inegável sobre a ciência. Enquanto esta é cansativa na sua dúvida permanente e na sua busca constante por mais e melhores respostas para as questões postas pela realidade, a crença não dá trabalho e é uma forma muito reconfortante de ter “certezas”. Mas ao pouparmos o esforço do cérebro, em vez de conseguirmos uma imagem tão objectiva quanto possível da realidade, ficamos submetidos às ideias e fantasias de outros, às superstições e aos preconceitos.
Na verdade são poucas as certezas absolutas que a ciência nos dá. A razão é óbvia: a ciência não é um livro sagrado, mas um método de trabalho. Talvez a única certeza seja a de que temos de manter sempre o espírito aberto às novas descobertas e estarmos preparados para, perante uma prova de que as nossas teorias estão erradas, as substituir. É que não são os factos que se têm de adaptar às nossas ideias, mas estas aos factos desde que devidamente comprovados.
A ciência é um livro aberto. Um livro de que talvez nunca se escreva a última página. E é isso que a torna mais fascinante para quem gosta de desafios e de dar trabalho aos neurónios.
Penso ter deixado clara a forma como encaro a ciência.

Passo então à questão que levanto no título desta prancha: Serei ateu?
A pergunta é mais séria do que possa parecer. É verdade que sou uma pessoa de ideais e de convicções, mas pelas razões que antes apresentei, tento nunca ser obstinado ou cego perante a realidade.
Penso que baseados apenas numa lógica racional, não nos é possível concluir que existem seres sobrenaturais. Mas também não podemos provar que não existem. E ao falar de seres sobrenaturais incluo deuses, fadas, duendes, anjos, demónios, o Pai Natal, o Coelhinho da Páscoa e tantos outros. Estou convencido de que todos eles são apenas produto da extraordinária e inesgotável imaginação de gerações sucessivas de seres humanos.
Apercebemo-nos de que somos mortais – inventamos seres imortais.
Percebemos que a nossa força é limitada – inventamos o Hércules, o Super-homem, o Homem Aranha e feiticeiros que levantam montanhas com uma varinha mágica.
O nosso conhecimento é reduzido – inventamos seres omniscientes.
Ou seja, compensamos as nossas limitações inventando seres que as não tenham.
Será o momento de responder à minha pergunta.
Se por ateu entendermos alguém que não acredita em quaisquer deuses ou outros seres sobrenaturais, então sou indiscutivelmente ateu. Mas se para ter essa classificação se exigir também uma certeza absoluta e baseada em provas incontestáveis de que tais seres não existem, então tenho de admitir que não me poderei assumir como tal. Não por cobardia, mas por humildade. Na prática resolvo este dilema dizendo: «sou ateu até que alguém me prove racionalmente que existem seres sobrenaturais».
Devido à sistemática campanha dos cleros das diversas religiões, palavras como “ateu” e “ateísmo” ganharam uma conotação negativa. Para muitos, os ateus são alguém que odeia Deus e portanto adora Satanás, não percebendo que não se pode odiar nem adorar o que se considera não existir. Para tais pessoas o ateísmo é considerado sinónimo de imoralidade, de total insensibilidade e de toda a espécie de vícios.

Mas será o ateísmo um perigo para a humanidade como tentam fazer crer?
A lógica dos que afirmam que sem religião o mundo entraria no caos é simples: sem o medo do castigo divino as pessoas fariam o que lhes apetecesse, o mesmo é dizer que só praticariam o mal. Discordo totalmente dessa perspectiva por várias razões.
Antes de mais, porque me parece evidente que as religiões têm fomentado muito mais ódios, violência e guerras, do que o amor, a paz e a tolerância que todas dizem defender. Até porque cada uma diz que só ela defende de facto esses valores.
É verdade que nos livros sagrados das religiões monoteístas se encontram versículos em que se proclamam a tolerância e o amor ao próximo. No entanto, nesses mesmos livros também se encontram claramente expressos pensamentos de sinal contrário, em que a destruição dos infiéis é um dever do verdadeiro crente.
Concretizando um pouco: um seguidor de uma determinada religião acredita que será castigado pelo seu Deus se matar um seu correligionário. Mas tudo muda de figura no caso de ser um “infiel”. Quanto sangue foi derramado pelo “povo eleito” em nome de Jeová na conquista da “Terra Prometida”? Quantas vidas foram ceifadas sem dó nem piedade em nome de Deus pelas Cruzadas ou pela Santa Inquisição? Quantos inocentes já foram sacrificados pela Guerra Santa dos fundamentalistas islâmicos?
O mais perverso de tudo é que, nestes casos, os torturadores e assassinos não só se sentem plenamente justificados como se acham uns heróis com lugar assegurado no Paraíso. São conhecidas as declarações de membros do clero e de outros dirigentes muçulmanos que prometem aos “mártires” que se suicidam com bombas no meio de “infiéis” não só esse Paraíso como um prémio suplementar: 70 virgens para cada um.
Este prémio levanta naturalmente outras questões como: alguém perguntou alguma coisa às tais virgens? E se for uma mártir também tem direito a 70 homens sexualmente inexperientes?

Estou plenamente convencido de que não haverá motivos para recear o caos por uma imaginária ausência de religiões. Pelo contrário, se as pessoas estiverem submetidas a leis baseadas num credo religioso, não terão liberdade de pensamento e estarão à mercê dos ditames de quem se arroga no direito de ser o verdadeiro intérprete da vontade divina. Uma sociedade governada por um clero que decide o que está certo e o que está errado, é certamente uma sociedade amordaçada e onde mais do que a fé, reinará o medo.
Por outro lado, parece-me que, mais importante do que um cumprimento do dever por medo do castigo divino, será que as pessoas compreendam que uma vida harmoniosa em sociedade só é possível num regime democrático, onde cada um pode pensar como muito bem entender e não ser perseguido por isso. Um regime democrático pode ter muitos defeitos, mas, até que se invente algo melhor, é sempre preferível a qualquer ditadura.
Penso que as directivas para o comportamento humano não devem resultar de dogmas ou crenças, mas serem fruto de uma moral racional e profundamente humanista. Só esta proporcionará mais harmonia entre as pessoas de qualquer sociedade ou cultura.
A moral que defendo baseia-se num princípio elementar: não fazer aos outros o que não queremos que nos façam a nós ou aos nossos entes queridos. Mas também deverá buscar incessantemente os grandes ideais da humanidade e que se podem resumir na magnífica trilogia Liberdade, Igualdade e Fraternidade. Só com esses pilares poderemos criar um mundo mais justo, mais pacífico e tolerante.
Ora esta moral racional e global já existe e seria magnífico que fosse ela a governar o mundo: é a que resulta claramente do espírito da nossa Augusta e Sublime Ordem.

Autor: Carl Sagan

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Choremos, choremos, choremos

Faleceu Jefferson Isaac João Scheer

Terá lugar na sede da Grande Loja Unida do Paraná, em Curitiba (Brasil), no próximo dia 29 de Janeiro, a cerimónia solene que assinalará a passagem ao Oriente Eterno do presidente do Centro de Ligação e de Informação das Potências Maçónicas Signatárias do Apelo de Estrasburgo (CLIPSAS), o nosso Irmão Jefferson Isaac João Scheer.
Jefferson Scheeer morreu no passado dia 31 de Dezembro, devido a complicações surgidas na sequência de uma operação ao estômago a que fora submetido, pouco tempo antes.
Jefferson Scheer tinha sido eleito para a presidência na Assembleia Geral do CLIPSAS que decorreu em Matosinhos, em 19 de Maio de 2007, quando o Grande Oriente Lusitano-Maçonaria Portuguesa (GOL) foi anfitrião de representantes de 56 potências maçónicas. Depois de eleito, Jefferson Scheer declarou ao “Diário de Notícias” que defenderia a participação do CLIPSAS na Organização das Nações Unidas, com o fim de aí “apresentar as ideias dos maçons liberais”.
Antes de presidir ao CLIPSAS, Jefferson Scheer era Grão-Mestre da Grande Loja Unida do Paraná, Brasil.

O Grémio Estrela D’Alva, apresenta as mais sentidas condolências aos familiares e amigos de Jefferson Isaac João Scheer e o abraço fraterno aos irmãos do Grande Loja Unida do Paraná, em especial aos irmãos da Respeitável Loja à qual aquele irmão pertencia.


terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Exposição de Pintura

Exposição de Pintura denominada "Essência Maçónica" da artista Sílvia Soares

Esta exposição está patente em: Rapósmolhus Restaurante / Galeria na Estrada Exterior da Circunvalação, nº 12016, 4460-282 Srª Hora- Matosinhos. Tendo em referência o Norte Shopping em direcção a Hospital Prelada ... Rotunda Produtos Estrela ... Staples ... O Rapósmolhus situa-se do lado oposto, junto bombas Esso. A expoisção pode ser visitada até 15 de Janeiro de 2008.

A artista Sívia Soares nesta exposição elaborou um conjunto de obras que tratam a Arte Real, essencialmente no seu carácter simbólico e tem como principal objectivo enaltecer a Maçonaria no seu expoente máximo.
Eis um resumo do quadro "Essência Maçónica" que deu origem ao título da exposição "A afirmar com convicção e, em simultâneo, a justificar a obra em si, estão representadas as colunas simbolizadoras dos limites do mundo criado, da vida e da morte, dos elementos masculino e feminino, e de tudo o que se pode considerar como activo e passivo; o pavimento em mosaico representado pelo chão em xadrez de quadrados pretos e brancos, com que devem ser revestidos os templos maçónicos e que reflectem a diversidade do globo e das raças, unas pela Maçonaria e com a oposição dos contrários, bem e mal, espírito e corpo, luz e trevas. Nele estão transcritos os fulcrais pensamentos e acções que regem a Ordem Maçónica: Justiça Social, Fraternidade, Aclassismo, Aperfeiçoamento Intelectual e Democracia = Igualdade.A escadaria apresentada é como uma espécie de guia que nos conduz ao ex-libris da simbologia: o esquadro e o compasso. O Esquadro resulta da união da linha vertical com a linha horizontal, é o símbolo da rectidão e também da acção do Homem sobre a matéria e sobre si mesmo. Significa que devemos regular a nossa conduta e as nossas acções pela linha e pela régua maçónica, temendo Deus como criador do Universo, a quem temos de prestar contas das nossas acções, palavras e pensamentos. Emite, de igual modo, a ideia inflexível da imparcialidade e precisão de carácter e simboliza a moralidade enquanto que o Compasso simboliza o espírito, o pensamento nas diversas formas de raciocínio, e também o relativo (círculo) dependente do ponto inicial (absoluto). Os círculos traçados com o compasso representam as lojas".

Autor: Júlio Verne