terça-feira, 27 de março de 2012

Louis Pasteur - O elogio da sabedoria

Louis Pasteur nasceu em Dole, terra francesa, perto de Dijon e da fronteira franco-suiça, no dia 27 de Dezembro de 1822 e faleceu a 28 de Setembro de 1895 com 72 anos de idade em Chateau de Villeneuve l’Etang, perto de Paris, já o seu nome se tinha tornado lendário como o herói que usou a ciência para dominar a natureza em benefício da Humanidade. 

Existiram muitos traços na personalidade de Pasteur que ampliaram de forma significativa a importância das suas contribuições científicas para a sociedade: a sua intensa consciência dos problemas que o envolviam, o seu grande empenho de participar na sua solução, a sua persistência em convencer os seus opositores, o seu vigor e uma habilidade inata e infatigável em provocar controvérsia. Todas estas características eram tão importantes quanto o seu génio experimental e forneciam-lhe os instrumentos, a voz e finalmente o símbolo de uma ciência que se afirmava triunfante. 
Mas a importância das suas descobertas não é por si só justificativa da sua imensa fama. Entre os contemporâneos de Pasteur, vários, têm igual valor e outros ultrapassaram-no em resultado científicos. Apesar de ele ter sido inquestionavelmente um dos grandes cientistas e experimentadores que alguma vez viveu, ele não conseguiu criar uma nova filosofia científica, como o fizeram Galileu, Newton, Lavoisier e outros homens geniais com quem ele tanto desejou rivalizar. 
Pasteur enquanto jovem, tinha um gosto especial pela pintura. No entanto, aos 19 anos dedicou-se à carreira científica e tinha mesmo planeado dedicar a sua vida ao estudo de problemas científicos de elevada complexidade como a estrutura fundamental da matéria e a origem da vida. Mas com a conclusão dos estudos de doutoramento na escola de física e química de Paris em 1847 e com a entrada na vida activa logo começou a dedicar mais tempo a matérias mais práticas, preocupando-se com a natureza das coisas mais relevantes e imediatas. Manteve até ao fim um discernimento notável sobre os problemas de filosofia natural e na maioria das suas teorias químicas e fisiológicas são propostos ao mesmo tempo detalhes para aplicação prática das suas descobertas. 
Em 1854 tornou-se Professor de Química e Reitor da Faculdade de Ciências de Lille. 
Louis Pasteur foi um cientista francês. Um homem invulgar para a sua época. Físico, químico, microbiologista, imunologista e através destas disciplinas ligado à medicina. Muitos caminhos foram abertos ou enriquecidos pelo seu trabalho: a estrutura da molécula química; o mecanismo da fermentação; o papel dos micro-organismos na economia, na tecnologia e na doença; a política de saúde pública. 
Entre 1860 e 1864 demonstrou que a fermentação e o crescimento de micro-organismos em caldos de cultura não ocorriam por geração espontânea. Propôs a “teoria germinal das doenças infeciosas” segundo a qual toda a doença infeciosa tem a sua causa num micro-organismo capaz de disseminar-se entre as pessoas de acordo com o seu grau de contagiosidade. 

Contemporâneos de Pasteur, Ricardo Jorge e Câmara Pestana destacaram-se no combate ao surto de peste bubónica no Porto em 1889. 
O Instituto Bacteriológico Câmara Pestana foi criado em 1892 em Lisboa, cidade cujo panorama sanitário era dominado pela sífilis, alcoolismo e prostituição. A tuberculose tornava-se na altura a doença social por excelência, vitimando primordialmente os mais jovens e as classes trabalhadoras. 

Concomitantemente, Pasteur ficou famoso pela descoberta da vacina contra a raiva em particular pela circunstância de estar em risco a vida de uma criança austríaca, José Meister. 
Esta fama foi ampliada entre o público em geral pela descoberta de um método que impede que leite e vinho causem doenças por um processo que veio a ser chamado pasteurização. Deste modo deu origem não só a um importante método de conservação, como também a uma medida higiénica fundamental para preservar a saúde dos consumidores e a qualidade dos produtos alimentares. Demonstrando assim, que todo o processo de fermentação e decomposição ocorre devido à presença de organismos vivos, combatendo deste modo a teoria da geração espontânea e abrindo uma via à prática da assepsia para evitar as contaminações microbianas, seja no domínio médico, cirúrgico ou agroalimentar. 
Fundador do Instituto Pasteur em 4 de Junho de 1887. Este, tem estado ligado desde a sua fundação, à investigação, à saúde pública e ao ensino. Berço da microbiologia, o Instituto Pasteur contribuiu também para fundar as bases da imunologia e da biologia molecular, dispersando os seus conhecimentos e competências pelas muitas filiais que possui por todo o mundo. Vários dos seus investigadores já foram galardoados com o Prémio Nobel. 
Michael Bloomberg- “Mayor” da cidade de Nova Iorque, escreveu em forma de elogio o que pensa actualmente sobre a sua cidade:“ hoje, as nossas maiores vantagens competitivas são as qualidades que atraem para cá os melhores e os mais brilhantes de todo o mundo: a nossa liberdade, diversidade, tolerância e dinamismo. A capacidade tecnológica é crítica para o nosso crescimento. De facto, as companhias fundadas pelos ex-alunos do Massachusetts Institute of Technology (M.I.T.), geram ganhos anuais de cerca de 2 triliões de dólares. Esta cifra é aproximadamente igual ao produto interno bruto do Brasil, a 7ª economia do mundo “. 

Pasteur é o meu nome simbólico. Com esta escolha presto homenagem ao grande cientista, que alicerçou no conhecimento, capacidade tecnológica e na qualidade do seu trabalho a sua grandeza e a sua obra. Foi aliás a sabedoria de relacionar conhecimento, capacidade tecnológica, trabalho persistente e árduo e saber fazer de experiência feito que permitiu desde então salvar milhões de vidas humanas em todo o mundo. O Conhecimento é uma característica da humanidade. A vida e a obra de Pasteur constituem assim, uma contribuição ímpar da luta da Humanidade pela liberdade, pelo conhecimento e pela sobrevivência. 

Post- scriptum: 
Antigo Testamento 
Livros Sapienciais- Ben Sira (24,19-22; Pr 8,32-35; Sb 8,10-15) 

Elogio da sabedoria: 
“Feliz o homem que se aplica à sabedoria 
e discorre com a sua inteligência; 
que medita em seu coração nos caminhos da sabedoria 
e penetra no conhecimento dos seus segredos; 
vai atrás dela como quem lhe segue o rasto 
e permanece nos seus caminhos; 
olha pela janela a sabedoria 
e escuta às suas portas; 
detém-se junto da sua morada 
e fixa um prego nas suas paredes; 
levanta a sua tenda junto dela 
e estabelece ali agradável morada; 
coloca os filhos debaixo da protecção da sabedoria 
e ele mesmo morará debaixo dos seus ramos; 
à sua sombra estará defendido do calor, 
e repousará na sua glória.”

Autor: Louis Pasteur

sexta-feira, 23 de março de 2012

Pintura Carmen-Lara Interpreta o Fado a Solo


Carmen-Lara nasceu no Bombarral, vive em Sintra e, embora tendo começado a expor há três anos já fez uma dezena de exposições individuais e participou em duas dezenas de exposições colectivas nas mais diversas instituições.
A sua obra Arte Universal está exposta permanentemente nos espaços de arte: “Diz-me o Que Lês…” – Parque das Nações – Lisboa e Múri Artesanato – Olaias – Lisboa.
Pela sua importância e criatividade realcemos as recentes realizações do seu curriculum:
2010 – Museu da República e Resistência, em Lisboa – Primeira exposição individual de Arte Maçónica realizada em Portugal franqueada ao público;
2011 – Organização da 1ª Colectiva de Arte Universal, com a apresentação de 3 obras suas obras de diversos Artistas e Países - Museu da República e da Resistência em Lisboa – com o apoio institucional das Embaixadas de: África do Sul; Brasil; Bulgária; Letónia; México; Moçambique; Panamá e Polónia;
2011 – O livro “Arte Maçónica Numa Visão Profana”, de Carmen-Lara e prefaciado por António Arnaut, com apresentação pública no Grémio Lusitano. António Arnaut, num douto preâmbulo, considera que “servindo-se habilmente da simbologia maçónica, Carmen-Lara soube combinar na paleta da sua imaginação as tintas que deram forma e cor ao “espírito” que se exala, como um suspiro de amor, destas 33 telas que vieram enriquecer a arte maçónica”.
Carmen-Lara, diz: “Pretendo construir uma ponte entre o mundo profano e o mundo maçónico. De uma forma suave e subtil, pretendo também construir uma verdadeira ponte de passagem do mundo profano para o verdadeiro Conhecimento, suscitando o interesse para a pesquisa, assim contribuindo para a desmistificação de alguns conceitos errados no mundo profano, consequentes de um estado de desconhecimento.”

A obra que pode ser apreciada em exposição é fundamentada no Fado.
A origem do fado parece despontar da imensa popularidade nos séculos XVIII e XIX da Modinha, uma teoria, não completamente provada e da sua síntese popular com outros géneros afins, como o Lundu. No essencial, a origem do fado é ainda desconhecida, mas certo é, que surge no rico caldo de culturas presentes em Lisboa, sendo por isso uma canção urbana. No entanto, o fado só passou a ser conhecido depois de 1840, nas ruas de Lisboa. Nessa época só o fado do marinheiro era conhecido, e era, tal como as cantigas de levantar ferro as cantigas das fainas, ou a cantiga do degredado, cantado pelos marinheiros na proa do navio.
É este fado que se vai tornar o modelo de todos os outros géneros de fado que mais tarde surgiriam como o fado corrido que surgiu a seguir e depois deste o fado da cotovia. E com o fado surgiram os fadistas, com os seus modos característicos de se vestirem, as suas atitudes não convencionais, desafiadoras por vezes, que se viam em frequentes contendas com grupos rivais. Um fadista, ou faia, de 1840 seria reconhecido pela sua maneira de trajar.
A sua origem histórica é incerta e não é uma importação, mas antes uma criação que surge de uma mistura cultural que ocorreu em Lisboa.
A primeira cantadeira de fado de que se tem conhecimento foi Maria Severa que cantava e tocava guitarra nas ruas da Mouraria, especialmente na Rua do Capelão. Era amante do Conde de Vimioso e o romance entre ambos é tema de vários fados.
Os temas mais cantados no fado são a saudade, a nostalgia, o ciúme, as pequenas histórias do quotidiano dos bairros típicos e as lides de touros. Eram os temas permitidos pela ditadura de Salazar, que permitia também o fado trágico, de ciúme e paixão resolvidos de forma violenta, com sangue e arrependimento. Letras que falassem de problemas sociais, políticos ou quejandos eram reprimidas pela censura.
O fado moderno teve o seu apogeu com Amália Rodrigues. Foi ela quem popularizou fados com letras de grandes poetas, como Luís de Camões, José Régio, Pedro Homem de Mello, Alexandre O’Neill, David Mourão-Ferreira, José Carlos Ary dos Santos.
Nascido em Lisboa o fado tornou-se rapidamente numa canção nacional, que é hoje conhecido mundialmente pode ser (e é muitas vezes) acompanhado por violino, violoncelo e até por orquestra, mas não dispensa a sonoridade da guitarra portuguesa.
No dia 27 de Novembro de 2011, a UNESCO declarou o Fado Património Imaterial da Humanidade.
Esta obra que vos é proporcionada teve a inspiração profunda na origem e história do Fado, nos poemas dos poetas que foram transportados para a arte de cantar o fado, na música dos mestres que souberam manter e elevar a composição musical única, nos Fadistas que ao longo do tempo deram voz a esta canção muito própria portuguesa e aos músicos que elevaram os sons e trinados da guitarra e viola portuguesa. 
Todas as obras são criações únicas, cuja fonte de inspiração é, tão somente, fruto das suas ideias, das suas emoções, da sua intuição e do seu estudo, cujos resultados faz repercutir na tela as cores, o traço, o sentir, a criatividade, o construir. 
As obras expressam o sublimar da arte na sua essência e no que mais genuíno tem: a alma de ser Português! 
Soube transmitir para a tela, e tela transmiti-nos essa única maneira de ser e sentir bem português: a Saudade! 
Embrenhando-nos na poesia leva-nos a sentir nos tempos a alma da poesia portuguesa. 
Na ideia e sentimento muito forte emocionalmente, como dizia Fernando Pessoa: “ é outra coisa ainda, e essa coisa é que é linda”! 

Na inauguração da Exposição de Pintura realizada a 23.03.2012 no Museu República e Resistência - espaço Grandela, foi partilhado além da arte e obra da artista Carmen-Lara, a poesia, o fado, os trinados das guitarras e violas num são e agradável convívio e partilha no final da tarde primaveril. 
Os sinceros agradecimentos a todos os participantes! 

Exposição de Pintura Fado - Património Imaterial da Humanidade
Por Carmen-Lara

Patente até 11 de Abril de 2012

Museu República e Resistência - Grandela
Estrada de Benfica, 419

terça-feira, 13 de março de 2012

Carl Sagan - Nome Simbólico

O meu fascínio pela natureza e pelo universo nunca me foi explicado. Não consigo deixar de me emocionar com as demonstrações de vida e morte em tudo o que nos rodeia, muitas vezes difíceis de explicar e de colocar em palavras.
Foi nesta procura de explicação que cedo encontrei os livros “Dragões do Eden”, “O Cérebro de Broca” e “Cosmos”. Ainda hoje os leio-o.
De todo o conhecimento descrito nos livros o mais importante foi sempre a simplicidade e a paixão com que foram escritos. Foram escritos sem descriminação. O autor não pretendia pavonear a sabedoria, pretendia que todos os leitores, sem excepção, aprendessem e descobrissem. A luz destes livros foi criada para iluminar todos de forma igual. 
São livros que abrem horizontes, cuja força, quebra barreiras criadas pelas sociedades e por religiões, que olham para o nosso íntimo físico e espiritual e os coloca sobre a perspectiva do universo. Tornam-nos pequenos, obrigam-nos à humildade e a despirmo-nos de preconceitos. Obrigam-nos a pensar como homens livres.

No primeiro verdadeiro exercício de pensamento livre que fiz, percebi que a diversidade exobiológica do universo, na sua dimensão infinita, tem um elo comum, que tudo interliga. Não nos podemos considerar verdadeiramente sozinhos, mas como parte de um todo. Não um grão de areia, mas um elo na teia universal. 
A beleza universal é construída por todos nós, num puzzle de peças fraternas que vão surgindo e completando os espaços em falta. 
No livro “Contacto” o autor apresenta pela primeira vez a batalha titânica entre a fé religiosa e a razão científica pela posse da compreensão universal. O meu fascínio pela mensagem deste romance surge na capacidade de colocar ambas as forças num pedestal comum, razão e espirito, fundindo-as na personagem “Ellie”. Esta personagem, pelo contacto que recebe, inicia uma viagem semelhante ao Neófito, que depois de várias etapas e provas, vê a luz.

O autor destes livros, Carl Sagan, poliu a pedra bruta e rugada em que me encontrava. A ele lhe atribuo o meu nome simbólico.

Autor: Carl Sagan, II

terça-feira, 6 de março de 2012

Carmen-Lara


http://carmenlara.jimdo.com/carmen-lara
Rostos que fazem história

Carmen Lara pinta com sentimento:
“Pinto arte maçónica, sim.
Como em tudo o que pinto
e crio, é somente
a necessidade de dar forma
e cor ao que sinto
profundamente.


Texto e fotografias: Joaquim Santos 



O NOTÍCIAS DE COLMEIAS foi encontrar em Lisboa a pintora Carmen Lara. Nascida no Bombarral a 23 de Março de 1971, cria obras únicas que rebusca nas suas ideias, no imaginário mais profundo da vida. A sua permanente intuição é transportada para as cores das suas telas. Os temas das suas exposições são diversificados, embora a temática maçónica seja predominante. Mas, o Parque das Nações, África, símbolos e formas, Fernando Pessoa, arte erótica ou a Casa do Eléctrico de Sintra, são outras das temáticas que a artista plástico já explorou nas suas muitas exposições individuais ou colectivas....

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