sábado, 29 de julho de 2006

O caminho do Aprendiz

Capítulo I - O acordar

Amanhece com o sol a espreitar timidamente pelas janelas que as nuvens combinaram, aspergindo o lugar com um calor calmo, que o crepúsculo teima cada dia em tomar de posse no cacimbo da noite.
O corpo eleva-se lentamente num abandono do lugar onde antes repousara, emprestando a sua forma no leito de areia, num testemunho onde a realidade e o sonho se olharam de frente durante o sono. Avança solenemente ao compasso do silêncio até à beira da água, pelo caminho que os pés nús foram traçando no espaço que o dia prometeu até à chegada da Lua.

Recolhe-se à pequena barca de madeira de acácia, tomando nas mãos as ferramentas com que há-de dar forma à pedra que o aguarda na outra margem, onde nasce o Sol, anunciado pelo aroma das rosas que o vento transporta no tempo.

Guarda as últimas recordações enquanto se liberta das amarras, para tomar nas mãos o leme que a bondade governa enquanto a vela se ergue revolta, enfunada pela alma.
Por fim, a embarcação avança, na travessia que o prendeu, enquanto as ondas lhe anunciam a viagem até ao porto de abrigo, onde mestres e aprendizes trocam artes e conselhos, num renascimento constante.

Capítulo II – A iniciação

A viagem fizera-se mansa quando o peito se ofereceu ao vento enquanto as águas que o acompanharam se fizeram submissas à roda de proa, que decidida fizera da rota traçada a oriente o seu caminho.

Deixara para trás o dia profano e um novo já acorrera sem espera do outro lado, à chegada do homem igualmente renascido.
A subida da margem fizera-lhe mais próximos os sons e os homens, onde os malhetes e cinzéis traçavam na pedra a vontade que os esquadros e os compassos mediam no conhecimento de um novo templo.

Assim, entre iguais, igual se fizera na alma e nas vestes, fazendo seu também, o trabalho que os demais levavam por diante, quais cruzes transportadas por um mosaico de apóstolos, quais irmãos de uma mesma família formada por homens livres e iguais.

Tornara-se então neófito, na sabedoria, na força e na beleza, onde entre companheiros, o lugar de aprendiz lhe concedia o direito e a vontade de aprender mais, que o saber de mestres lhe haveria um dia de desmentir, por mais ainda haver por aprender.

Autor: Sheikh

Maçonaria ?! Reflexões de Aprendiz

Sempre tive comigo este defeito de querer saber mais e mais, sem que para isso me tenha lançado em estudos ou leituras, dignos de outros que nisso admiro.
O que aprendi, muitas vezes nem sei como, nem onde, pois frequentemente tive a intuição e a atenção por companheiras, em lições que a vida me foi lançando ao caminho.
Assim, e sem saber porquê, alguns temas me têm soado à memória como que lembrando-me insistentemente para ir ver e aprender, umas vezes seguidas de um desinteresse igualmente súbito, outras para me revestir das roupagens que o crescimento obriga a renovar em chamamentos mais ou menos compreendidos numa descoberta do dia a dia.

É um exemplo disto a "Maçonaria". Não sabia bem o que era, nem para que servia exactamente.
Nunca lhe tinha estado intimamente ligado, nem cresci em meio ligado ao tema, mas curiosamente o nome sempre me soara familiar e continuara na mesma ignorância.
Se nada acontece por acaso, algum sentido devia ter, quando decidi conhecer o que era e o que a motivava. Se aprender não faz mal, algo deveria ter para ensinar.

Não sei, sei que não sabia, mas sei que não saber foi a principal razão para aprender.

Autor: Sheikh

sábado, 22 de julho de 2006

História da Loja Estrela D'Alva na Maçonaria Portuguesa

Símbolo pós 25 de Abril de 1974
Símbolo original de 1908
RESPEITÁVEL LOJA

 ESTRELA D'ALVA

N.º 289

GRANDE ORIENTE LUSITANO

MAÇONARIA PORTUGUESA 

ORIENTE DE LISBOA

PORTUGAL  



A Loja* Estrela D'Alva nasce em 1871, na cidade de Coimbra, por iniciativa local de um grupo de maçons, que pretendiam assim, reunir-se em torno dos nobres ideais e princípios maçónicos, mantendo-se em actividade até 1873.
Mais tarde, ainda em Coimbra, entre 1908 e 1912, retomou os trabalhos, adoptando o Rito Escocês Antigo e Aceite.
Em 1919, volta ao activo, agora em Lisboa, tendo a particularidade de durante o período de 1937 a 1945 ter adoptado temporariamente o Rito Francês.

Assim, o nome "Estrela D'Alva" atribuído a uma Loja Maçónica, remonta a mais de um século de existência, com o timbre "Augusta, Benemérita e Respeitável Loja Capitular, Areopagita e Consistorial" sob os auspícios do Grande Oriente Lusitano.

Durante a sua existência, o testemunho foi passando por gerações, assistindo a diversos acontecimentos marcantes na vida da sociedade portuguesa, como a Implantação da República, o Estado Novo e a Ditadura, a privação da Liberdade e dos Direitos Humanos, a Clandestinidade, a Guerra Colonial e ao alvorecer da Liberdade em 25 de Abril de 1974.

A Loja Estrela D'Alva, é um dos inúmeros exemplos em todo o mundo, de dedicação aos ideais maçónicos, em prol da Liberdade, da Igualdade e da Fraternidade, subjacentes à Justiça, à Verdade, à Honra e ao Progresso.

Autor: Júlio Verne

(*) Em termos maçónicos, entende-se como "Loja" a congregação de maçons em número e qualidades de acordo com os preceitos maçónicos da Obediência a que a mesma se submete, com o objectivo de exercer uma actividade.

sábado, 15 de julho de 2006

A origem do nome "Estrela d'Alva"


Desde a antiguidade, que à primeira "estrela" a brilhar ao anoitecer e no alvorecer, se tem chamado popularmente de Estrela Vésper, Estrela Vespertina, Estrela Matutina, Estrela do Pastor ou Estrela d'Alva.

Na realidade não se trata de uma "estrela" mas do planeta Vénus, sendo este o corpo celeste mais brilhante depois do "astro-rei" o Sol e da Lua.

Informação científica:Vénus (ou Vênus), é conhecido popularmente como Estrela d'Alva, Vésper ou Estrela do Pastor, devido ao seu grande brilho, cuja magnitude pode chegar a -4,4, é o segundo planeta do Sistema Solar e tem algumas características peculiares. Tem uma rotação retrógrada e lenta, uma atmosfera extremamente densa e um efeito de estufa fortíssimo. A atmosfera é constituída quase exclusivamente por gás carbónico.
Por estar entre a Terra e o Sol, Vénus apresenta fases tal como a Lua. Estas fases foram primeiro observadas por Galileu e foram utilizadas por ele como um indício de que os planetas giravam em volta do Sol.
É, na maior parte do tempo (depois da Lua), o corpo celeste mais brilhante no céu ao anoitecer (ou pouco antes de anoitecer) e o facto de Vénus só aparecer nestas alturas tem a ver com o facto de estar entre a Terra e o Sol.
Sendo o objecto mais brilhante no céu, depois do Sol e da Lua, Vénus é 13 vezes mais brilhante do que a estrela mais brilhante, que é Sírio. Na sua elongação máxima, Vénus está a uns 46º do Sol. Durante 11 meses Vénus, chamada então de Estrela Vespertina ou de Estrela da Tarde, põe-se depois do Sol (no máximo umas 3 horas depois) e nos próximos 11 meses nasce antes dele (no máximo umas 3 horas antes) como Estrela Matutina ou Estrela d'Alva.
Quando está em conjunção superior (Vénus «cheia») está a 258 milhões de km da Terra e quando está em conjunção inferior (Vénus «nova») a 41 milhões de quilómetros, tendo a partir da Terra uma imagem aparente 6 vezes maior. Por isso, quando vemos Vénus mais brilhante é 5 semanas antes ou depois de ele estar na fase de «nova», numa altura em que a parte iluminada do planeta, que é visível da Terra, tem a forma de uma unha.
Desde 1990, a sonda norte-americana Magalhães está em órbita no planeta, enviando à Terra, imagens de radar. No final de 1991, mais de 70% da superfície do planeta já havia sido mapeados.

Autor: Júlio Verne

sábado, 8 de julho de 2006

Princípios Editoriais


A Maçonaria tem por princípios a tolerância mútua, o respeito dos outros e de si mesmo e a liberdade absoluta de consciência. Considera as concepções metafísicas como sendo do domínio exclusivo da apreciação individual dos seus membros e por isso se recusa a toda a afirmação dogmática. Combate a tirania e a ignorância e neste contexto, tudo o que aqui se diz e apresenta, procura ilustrar publicamente os princípios do livre pensamento e do respeito universal pelos direitos de cada indivíduo colectiva e individualmente.
Assim, este espaço dirige-se a maçons e a não-maçons, sendo todas as opiniões recebidas com agrado e respeitadas por igual.

Grémio Estrela D'Alva