Apesar de ser a única fruta relacionada a Maçonaria, a romã pouco é estudada. E, no entanto, revela-se uma verdadeira maravilha da natureza: por fora é esférica, mas por dentro é formada por blocos cúbicos, o que poderá ser passível de três interpretações distintas: contradição, dualidade ou complementaridade. Por mais que digamos que representam as Lojas, os Maçons, a fraternidade, um único propósito, a união, a prosperidade e a abundância, que são o adorno das Colunas, tudo isso soa a pouco, pois a simples observação da romã nos remete para profundas reflexões. Muitos consideram que o seu simbolismo é um legado judaico à nossa Ordem, porque antes mesmo de Salomão as usar para decorar o templo, já faziam parte dos adornos das vestes do sacerdote Aarão. Por outro lado, a romãzeira é a primeira planta a florescer e a frutificar após o inverno na Terra Prometida. No livro sagrado dos judeus – o Tora –, há a descrição das sete frutas que consagram Israel (trigo, azeitona, cevada, uva, figo, tâmara e romã). Para além disso, no dia 15 do mês de Shevát – que corresponde ao nosso 13 de Fevereiro –, os judeus comemoram-no com uma ritualística própria, em que são consumidas romãs e as outras frutas citadas. Talvez possamos, assim, com os olhos de Maçom, observar a romã e incorporar na nossa conduta os ensinamentos que ela nos transmite: apesar de diferentes, as sementes mantêm-se unidas "ombro a ombro"; apesar de terem vários ângulos (visões diferentes), apoiam-se em perfeita união; são centenas e, como nós, espalham-se pelos quatro cantos da terra. Como somos livres-pensadores e se os Irmãos permitirem, trago a interpretação do Talmud quanto ao simbolismo da romã: "Mesmo o mais vazio entre vocês estará cheio de boas acções, assim como uma romã está sempre cheia de sementes". Ou seja, não importa o tamanho (componente material) da romã: haverá sempre dentro dela dezenas de sementes (componente espiritual). No nosso caso, não importa o que somos, qual o nosso grau ou o nosso cargo (aspectos materiais): há dentro de nós dezenas de bons princípios (aspectos espirituais), que devem ser semeados e cultivados em nós próprios e na sociedade em que vivemos.
Autor: Álvaro
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