Comemoramos o 101.º Aniversário do Grémio Estrela D’Alva, comemoramos 101 anos ao serviço da Maçonaria e da Liberdade nos princípios e antigos mistérios da Ordem Maçónica, bem como na construção do nosso templo interior e da nossa memória colectiva e histórica, numa Casa de Trabalho e Amor Fraternal. Em mais um aniversário, permitam que não sejamos fastidiosos a reler a nossa memória desde 1871 de Coimbra até a actualidade, permitam, antes que reflictamos sobre os Símbolos e os Ideias Maçónicos.
Para os maçons há alguns valores absolutamente fundamentais e que são de todos bem conhecidos: Liberdade, Igualdade e Fraternidade. No entanto, relacionados em maior ou menor grau com estes, há outros valores que se revestem também de grande importância. Ideais tão belos como, os Direitos Humanos, a Paz, a Justiça e a Tolerância, Tolerância em relação às doutrinas religiosas e políticas, pois a Maçonaria está acima e fora das rivalidades que as dividem. Para os que abraçam os ideais maçónicos, estes conceitos correspondem a valores que o são por si mesmos, ou seja, que não resultam de qualquer dogma, princípio religioso ou corrente filosófica. É de facto notável, mas a Maçonaria permite adquirir valores espirituais sem requerer uma adesão a qualquer crença. A Maçonaria, uma vez que aceita no seu seio pessoas das mais diversas crenças, incluindo as «não crenças», não poderá ser considerada uma religião, pelo que para ela os grandes ideais da humanidade são valores por direito próprio e a sua realização algo absolutamente necessário à felicidade das pessoas. Os maçons não defendem esses valores para colher quaisquer benefícios terrenos ou celestiais, mas porque os consideram como inerentes à condição humana. Não há dúvida, de que quando alguém toma consciência de que todas as pessoas têm os mesmos direitos, independentemente da raça, do sexo, da crença ou dos bens materiais de cada um, a prática dessas virtudes torna-se algo tão natural como respirar.
A ideia mestra em que assenta a Maçonaria é de facto extraordinária. Na sua raiz está a união das pessoas livres e de bons costumes. No seu método de trabalho há diversos rituais e um grande número de simbolismos e alegorias. O resultado final é a indicação da direcção dos grandes valores da humanidade e a sua busca permanente e incessante.
A franco-maçonaria é uma associação que guarda bem vivas certas formas tradicionais dos ensinamentos secretos iniciáticos. Dentro da maçonaria, há uma só forma de interpretação, a simbólica. Por isso não é religião nem se confunde com a filosofia. Esta forma de diálogo foi herdada de distintas escolas, e é a forma mais simples de fixar uma ideia que se esconde num simples desenho, a forma mais simples de apresentar um símbolo. Mas o símbolo pode ser apresentado por uma escultura em qualquer material e os próprios instrumentos de trabalho dos maçons operativos eram usados como símbolos da actividade maçónica e dos valores maçónicos. A maçonaria especulativa herdou esses símbolos que continuam bem vivos até nas insígnias usadas no exercício dos rituais maçónicos. Igualmente as lendas podem fornecer símbolos maçónicos. E a mais comum, que é a Lenda de Hiram, só foi acrescentada á simbólica maçónica entre 1730 a 1740. Também a mitologia fornece os símbolos mais antigos, designadamente os deuses egípcios e alguns deuses da mitologia grega e romana. A própria Iniciação, tida claramente como o momento mais importante da vida maçónica, é, através da forma ritual específica, a forma simbólica de o homem iniciar uma nova vida de iniciação espiritual. O maçom nasce com a iniciação, que é simbolicamente o momento em que o recipiendário inicia uma modificação do seu regime existencial, abraçando o projecto fundamental da Maçonaria e da sua essência profunda, a sua ética.
Os símbolos podem cumprir seus objectivos para diversos fins. Ninguém desconhece, também, que a bandeira do nosso país é o símbolo do país Portugal, como comunidade independente, e do regime republicano sob que vive. A Maçonaria, por seu lado, tem os seus símbolos próprios através do significado que os diversos símbolos podem contribuir para o conhecimento da espiritualidade maçónica, da sua ética, da sua fraternidade.
A interpretação de um compasso, um esquadro, fala-nos da rectidão ou da universalidade que deve observar todo o maçom. Mas isso é só um exemplo, se se quer básico, de todos os símbolos existentes para os membros desta Ordem, pois há muitos símbolos maçónicos que foram esquecidos no tempo, inclusive para os próprios maçons actuais, são pouco conhecidos, quer porque foram representações de um certo período já passado, ou porque já não são tão necessários, por falarem de ideias que se fixaram no tempo ou se terem considerado como socialmente já realizadas.
O que revela que a Maçonaria não é uma teoria estratificada no tempo, mas antes uma forma de ser e de estar que evolui consoante mudam os conhecimentos da perseverança maçónica em prol da paz, da justiça e do entendimento entre todos os povos, independentemente da sua origem, crença, convicção, sexo ou cor da pele. Os maçons sempre deixaram vestígios ou sinais escondidos nas suas obras de arte, os quais só poderiam ser compreendidos por seus próprios pares, essa forma de dialogar no tempo constitui quase uma língua própria dos antigos maçons, todos os símbolos das suas ferramentas, dos seus valores éticos, seus ideais, eram plasmados ou modelados nas suas pinturas ou esculturas e preenchiam os seus escritos.
Autor: Júlio Verne
2 comentários:
Obrigada pela informação.
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