A escolha do nome que quero adoptar prende-se com a profunda admiração que sempre tive pela Obra do escritor Aquilino Ribeiro (1885-1963). Maçon, entrou para a Loja Montanha do GOL a convite de Luiz de Almeida ligado GL de Portugal.
No ano de 1906 passa a viver em Lisboa tendo iniciado a carreira de escritor e jornalista. Em 1907 adere à Carbonária. É preso. Mais tarde, a 12 Janeiro de 1908 evade-se da prisão e em Maio foge para Paris. No final de 1910, após a proclamação da republica, regressa a Portugal, voltando depois para França com o propósito de continuar os estudos. Em 1927 envolve-se numa conspiração politica, é perseguido, volta de novo para Paris.
Homem de convicções fortes deixou para trás o Seminário para se tornar jornalista e escritor. Aquilino teve uma vida cheia de aventuras, que incluiu a de guardar dinamite que viria a explodir no seu quarto (numa casa na Rua do Carrião à Estrela, onde morrem um médico e um comerciante e escapa com vida o estudante Aquilino Ribeiro), duas fugas da prisão, anos de exilio e temporadas na clandestinidade, escondendo-se na Beira e no Minho, territórios que conhecia bem e cujas paisagens descreve demoradamente em muitos dos seus livros.
Era um cidadão do mundo. Na sua obra cabe um século inteiro, com as vezes e revezes. Na sua vida coube um romantismo aventuroso, sempre lutou contra as injustiças e despotismos vários. Nunca se vergou nem às sotainas da sua adolescência, nem às prisões, a juízes, monarcas ou ditadores.
Em 1932 entra clandestinamente em Portugal, fixa-se em Abravezes, Viseu. Entretanto, é amnistiado e fixa-se na Cruz Quebrada. No ano seguinte instala-se o Estado Novo de Salazar.
Não cabe aqui a vasta obra de Aquilino, dos livros e textos literários publicados. Nunca deixando o seu sentido de luta contra a Ditadura Salazarista, em 1949, é membro activo da Comissão eleitoral do General Norton de Matos.
Dedica-se ao ensino e junta-se ao Grupo Seara Nova. No ano de 1959, é-lhe movido um processo censório pelo seu romance "Quando os Lobos Uivam". Em 1960, é proposto ao Prémio Nobel da Literatura pelo Prof .Catedrático Francisco Vieira de Almeida, tendo mais de uma centena de intelectuais e figuras publicas subscrito a proposta. Em consequência deste facto o regime político resolve salvar a face ao arquivar o processo e Aquilino é abrangido por uma amnistia.
Em 1958, já com 74 anos, continua a luta e é um dos promotores da campanha eleitoral de Humberto Delgado. Em 1963, publica "Tombo do Inferno". No dia 27 de Maio de 1977 morre no Hospital da CUF com 77 anos.
Adoptar um nome simbólico de um grande Homem será sempre abusivo, a estatura intelectual e de lutador por causas como a Liberdade e a Justiça é ideal politico que se insere no ideal do Maçon e são razões sobejas para adoptar o seu nome.
A adoção do nome de Aquilino Ribeiro tem a ver com os valores que o escritor (homem livre) pugnou e que na sua obra transparece, com os quais hoje perfilho sintetizados na divisa universal da maçonaria: Liberdade com ordem, Igualdade com respeito e Fraternidade com justiça.
Não aceitou dogmas, embora na sua adolescência tivesse passado pelo seminário, combateu a opressão, a miséria , o sectarismo e a ignorância.
Combateu a corrupção e considerou o trabalho como um direito e um dever, valorizando igualmente o trabalho manual e o trabalho intelectual.
Virtudes que são cultivadas pelos maçons, coma a crença numa sociedade justa e mais perfeita, força aglutinadora que congrega os “homens livres e de bons costumes”.
Autor: Aquilino Ribeiro
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