Paulo Macedo, Director-Geral dos Impostos (DGCI), encomendou uma missa de acção de graças pela sua Direcção-Geral e pelos funcionários dos Impostos na Sé Patriarcal de Lisboa e convidou os funcionários daquela Direcção Geral a acompanhá-lo na celebração.
“O Estado é laico. Respeita-se a liberdade religiosa das pessoas, ninguém é obrigado a ir”, justificou fonte oficial do gabinete do ministro das Finanças, Teixeira dos Santos.
“O Estado é laico. Respeita-se a liberdade religiosa das pessoas, ninguém é obrigado a ir”, justificou fonte oficial do gabinete do ministro das Finanças, Teixeira dos Santos.
Ora bem, o actual Director-Geral da DGCI é um homem de fé. Mais ainda, é um homem que se preocupa espiritualmente com a DGCI e até pelo governo que lhe paga o salário, que se diga que pelo valor auferido, indicia que as orações pessoais de Paulo Macedo devem ser ouvidas com sucesso, não só por todas as entidades divinas como até pelas profanas.
No entanto, embora a convicção religiosa de cada um, deve ser tolerada, no mais simples espírito maçónico, e disso nenhum membro de qualquer organização profana ou estatal não deve ser excepção, a verdade é que a actuação em causa do DG da DGCI não se configura como inocente, quer ao expor-se nela publicamente, como o “convite” formulado aos seus subordinados pode ser entendido também como forma de “coacção” perante os mesmos.
Se sobre a informação veiculada publicamente, adicionarmos o facto de que o Estado português é laico, ou afirma-se como tal e se for verdade que Paulo Macedo é membro de conhecida organização religiosa, então o seu acto de fé, pode ser tomado como uma acção que coloca incontornavelmente em causa a inocência do acto.
Não nos move a nós maçons, qualquer sentimento contra a fé religiosa de ninguém, nem contra qualquer organização a que supostamente Paulo Macedo possa pertencer, mas move-nos a defesa efectiva da liberdade religiosa, a laicidade de facto, do Estado português e a inexistência de qualquer forma encapotada de coacção sobre funcionários públicos para que se prestem a acções concertadas, cujo objectivo deixa de ser uma questão de fé, para se tratar de um acto político.
Assim, mais importante que a nossa Augusta Ordem se pronuncie publicamente sobre este incidente, o que decerto iria reduzir a sua venerável imagem à dimensão do acto, importa que o mesmo seja comentado pelos meios adequados, maçons ou profanos, além de permitir e incitar que as instituições existentes para o efeito actuem em conformidade, na defesa dos direitos e liberdades que nos devem assistir e assim, pronunciarem-se sobre este caso, procurando que o mesmo não se repita.
Casos como este, vêm reforçar o sentimento que nós maçons devemos ter, da necessidade de reforçar o nosso empenho no trabalho que devemos realizar e a que nos propusemos no acto da Iniciação e da importância da estratégia de actuação da nossa Augusta Ordem, que esta deve ter, na mobilização e efectivação na Sociedade, dos nobres princípios da Liberdade, da Igualdade e da Fraternidade que nos caracterizam.
Autor: Asa
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