domingo, 23 de maio de 2021

Quadro "o Delta com o Olho que Tudo Vê”


Há 5 anos iniciei um percurso diferente na minha vida. Tive a oportunidade de aprender a pintar a acrílico e não a desperdicei. Então, rapidamente percebi que o que me aliciava era captar e projetar na tela a alma de quem retratava. Essa alma sentia-a no olhar pois, quando interagimos com alguém nos fixamos nos olhos do nosso interlocutor. Daí a facilidade e o meu enorme prazer de pintar os olhos dum rosto inspirador.

Faz agora 9 meses que abracei esta instituição, a maçonaria, que vou aprendendo a compreender e a integrar aperfeiçoando-me a mim próprio. A páginas tantas, surgiu espontaneamente em mim a vontade de pintar representando o Delta com o “olho que tudo vê”.

É este pois, o resultado desse impulso. Como para além dos irmãos maçons estão presentes muitos convidados, passo a explicar o significado do que aqui está representado:

Assim…
O Delta 4ª letra, em forma de triângulo, do alfabeto grego. símbolo da tripla força indivisível do poder supremo do divino e da natureza. Os 3 lados do triângulo representam a sabedoria, a força e a beleza. As suas 3 pontas têm a ver com o passado, o presente e o futuro. No seu conjunto, o triângulo, representa a eternidade.

O “olho que tudo vê”, simboliza o verbo, o princípio criador, a omnisciência da razão suprema, do dever e da consciência. Esse olho não manifesta qualquer orientação, não correspondendo, pois, nem ao lado direito (futuro) nem ao lado esquerdo (passado) sendo simétrico, centrado, equilibrado (transcendência do presente).

Com um especto humano, pode corresponder a um Ser superior que me observa, podendo igualmente ser eu próprio num processo de introspeção. Sou observado e observo-me.

O Compasso e o Esquadro, na maçonaria surgem sempre representados juntos como uma associação entre o espírito e a matéria. O compasso será a medida na pesquisa e o esquadro a medida na acção.

O Compasso representa a amplitude do pensamento. Símbolo da justiça agente da medição dos atos humanos e da infalibilidade e imparcialidade do divino. O Compasso com os braços abertos para o ocidente, mostra que a emanação do espírito e do conhecimento proveniente do oriente deve ter como alvo aqueles que aí (no ocidente) se encontram.

O Esquadro, resultado da união da linha vertical com a horizontal é o símbolo da retidão, e também da acção do Homem sobre a matéria e sobre si mesmo.
Simboliza também a equidade, a moralidade dos nossos atos revelando o rigor do carácter e identificando-se com a ideia do justo.

O Esquadro com as pontas voltadas para oriente significa que o trabalho do aprendiz não deve ser só especulativo, mas deve sim ter um reflexo útil no mundo material. Assim, o Compasso (símbolo do espírito, elemento activo) sobre o Esquadro (símbolo da matéria, elemento passivo) simbolizam a supremacia do conhecimento espiritual sobre a matéria representando, pois, o equilíbrio das virtudes maçónicas.

O Sol e Lua correspondendo ao princípio da dualidade presente na natureza (bem e mal, homem e mulher, dia e noite, quente e frio, positivo e negativo, activo e passivo, etc.), representam os conhecimentos que devem ser adquiridos pelo maçon tanto na luz como nas trevas.

O Sol fonte de luz e de calor é o símbolo da existência e da vida, da saúde, do equilíbrio, e da força.

A Lua como princípio passivo e feminino é símbolo da instabilidade, da mudança, da imaginação e da sensibilidade. A Lua em quarto crescente corresponde à adolescência, fase em que o Homem é sujeito à aprendizagem universal (representando igualmente o inconsciente coletivo e a memória).

Por último: A letra G surgiu na maçonaria como substituição da letra hebraica iod de Jheova (sinónimo de o princípio). Com vários significados, é a primeira 1ª letra de: God /Deus; Geometria, Geração - perpetua-se, Gravidade- força que determina o equilíbrio entre matéria e o seu movimento, Génio - capacidade que o homem tem de interligar ao mais alto nível, Gnose - conhecimento da moral e da ética, bases do progresso/evolução
humana Grande Arquiteto do Universo.


Autor: João Bosco

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