Aquando, na quinta e última viagem que fiz no templo, fui confrontado numa posição firme e frontal, a contemplar uma estrela, não, não era uma estrela universal, comum, ou que tivesse a olhar para o céu, mas sim uma Estrela física e geométrica, que no interior das suas cinco pontas, encontrava-se uma letra G, não deixando que referir o seu interior, importa saber que os pitagóricos a usavam para representar.
O que me chamou à atenção, foi a sua dimensão, a sua geometria, e qual o seu significado, ao qual e de imediato relacionei as minhas findas cinco viagens, facto esse que me despertou o seu interesse. Implícita também no emblema da nossa respeitável loja, que também podemos correlacionar como as cinco luzes, ou sejam o Venerável, 1.º Vigilante, 2.º Vigilante, Orador e o Secretário.
Depois de algum tempo de reflexão, fui percebendo o seu real significado dessa estrela, afinal era a Estrela Flamejante, também conhecida como Pentagrama (do grego antigo πεντάγραμμος). Senão vejamos o seu significado como símbolo pagão com muitas origens, assim como o que representa no espaço e no tempo.
O primeiro uso conhecido do pentagrama pode ser encontrado na antiga Mesopotâmia. Por volta do ano de 3500 a.C., a estrela aparece em múltiplas peças de cerâmica, e tinha, segundo alguns especialistas, um poder real, como uma força divina que se estendia para além dos quatro cantos do mundo. Era pois, um sinal de carácter positivo e relacionado com a natureza.
Viajemos agora até às terras dos druidas, a esses cenários celtas associados quase sempre ao poder da Terra, do Sol, da Lua e das criaturas das florestas. Como olharam eles para a estrela de 5 pontas?
Os pagãos celtas representaram no pentagrama o poder da natureza, das cinco correntes dos rios, dos 5 poços do conhecimento, e sobretudo dos 5 sentidos através dos quais se obtinha o conhecimento. A deusa associada ao uso e conhecimento do pentagrama era Morrigan.
Mas avancemos um pouco mais e até à religião hebraica. Que significado tem neste contexto? O pentagrama é um símbolo da verdade.
Como se pode ver, de momento e nesta linha histórica inicial, a estrela representava algo nobre. Vejamos alguns exemplos:
Na antiga Grécia, para os pitagóricos o pentagrama era associado à perfeição.
Para os hindus e budistas, a estrela costuma aparecer na arte tântrica como uma representação positiva da perfeição, tal como fizeram os pitagóricos ou mesmo os gnósticos, para quem o pentagrama tinha uma conotação associada à origem e fim da raça humana. E para além disso, era um meio para alcançar a redenção do ser humano.
Um pentagrama “com a ponta virada para cima” (ao contrário do invertido) representava a supremacia do homem sobre os quatro elementos naturais: terra, água, fogo e ar.
Com a chegada da Idade Média, a ideia que representava as 5 chagas de Cristo começou a mudar, deixando de se olhar para esse sinal não como de verdade, deidade e natureza, mas para passar a estar associado ao paganismo e ao satanismo:
Esse símbolo representava a verdade e a proteção contra os demônios ou maus espíritos. Para os medievais adeptos do Cristianismo, o pentagrama era atribuído aos seus estigmas.
Por outro lado, ao longo da idade média, começaram também a surgir grupos secretos e sociedades eruditas associadas à alquimia. Na sua filosofia oculta era habitual encontrar a referida estrela.
Podemos ainda dizer que até à chegada da inquisição, que essa estrela tinha sempre um significado nobre.
Lentamente e ao longo da história iremos continuar a ver este símbolo a renascer em muitos movimentos conhecidos como os seguintes:
Na maçonaria o pentágono ou estrela de cinco pontas é um símbolo de grande poder.
Também o encontramos na Cabala, associada à natureza de Deus, do universo divino, da moral e das verdades ocultas ao homem.
Em 1966 Anton LaVey fundou a sua Igreja de Satã, um momento chave em que a estrela ficou para sempre marcada pela tendência mais escura, com o uso da magia negra do pentagrama invertido, com o vértice para baixo e que nos sugere a figura de um bode…
É também de salientar que a estrela, passou por uma curiosa evolução em que andou sempre de mãos dadas com diferentes abordagens de conhecimento e religião.
Os homens fazem uso dos símbolos muitas vezes de acordo com os seus próprios interesses, daí a confusão de se conseguir delimitar uma origem clara e específica. Não obstante, o tema não deixa de ser interessante.
A estrela flamejante ou pentagrama é um símbolo comummente associado à mitologia, à magia, à astronomia, natureza, e também à religião. Maioritariamente escolhido por se tratar de um símbolo associado à luz divina que guia e ilumina o caminho do bem e atrai a proteção celestial tem muitas outras atribuições que lhe são defendidas.
Também na magia cerimonial as ligações que lhe são atribuídas associam-se um pouco às defendidas pela religião pois representa os quatro elementos (água, terra, fogo e ar) coordenados por um espírito ou um Deus que tudo coordena.
A estrela, também chamada geralmente de pentagrama, foi usada durante milhares de anos por uma grande variedade de culturas. A maioria do seu uso na sociedade ocidental descende das tradições ocultas ocidentais.
Ela é a forma mais simples de estrela, que deve ser traçada com uma única linha, sendo consequentemente chamado de Laço Infinito. Em tempos medievais, o Laço Infinito era o símbolo da verdade e da proteção contra demónios.
Antes da Inquisição não havia nenhuma associação maligna ao pentagrama; pelo contrário, era a representação da verdade implícita, do misticismo religioso e do trabalho do Criador.
Ocultistas têm associado o pentagrama às crenças das pessoas:
A Humanidade ou o corpo humano, representando dois braços não desenhados, os dois pés e a cabeça;
Os cinco sentidos físicos: visão, audição, tacto, cheiro e gosto;
Os cinco elementos: terra, ar, fogo, água e espírito.
Os Cinco ciclos da vida
O pentagrama é o símbolo da união e da síntese, na medida em que o número dos dedos de uma extremidade corresponde ao número dos nossos sentidos.
O pentagrama, uma estrela de cinco pontas, tem sido associado, desde muito tempo, ao mistério e à magia. Esse símbolo é, sem dúvida, o mais reconhecido por todos os seguidores do paganismo, sendo tão antigo que sua origem é desconhecida. No geral, o pentagrama tem sido utilizado em todas as épocas como talismã.
Dessa maneira, na antiga Mesopotâmia, esse símbolo representava o poder imperial. Para os pitagóricos, simbolizava a saúde e o conhecimento. Entre os egípcios, o pentagrama possuía relação com as pirâmides, uma vez que representava o útero da Terra.
Na cultura hebraica, o pentagrama representava a verdade e os cinco livros “Pentateuco” (cinco rolos), que para os judeus tem o nome de Torá, a "lei escrita" revelada por Deus.
Para os druidas, simbolizava o divino, mais precisamente, a cabeça de Deus. Para os celtas, representava a divindade Morrigham, deusa do amor e a da guerra.
Na numerologia, o pentagrama corresponde à soma dos elementos: dois femininos e três masculinos.
Para as correntes esotéricas, o pentagrama é formado por cinco extremidades cercadas por um círculo que representam os cinco elementos, também como no ocultismo acima referido.
Para os chineses, o pentagrama representa o ciclo da destruição, a base filosófica da medicina tradicional chinesa.
Cada extremidade do pentagrama simboliza um elemento: terra, água, fogo, madeira e metal. Cada elemento é gerado pelo outro, por exemplo, a madeira é gerada pela terra, o que dará origem a um ciclo de criação.
Para que haja o equilíbrio, faz-se necessário a presença de um elemento inibidor, que nesse caso, torna-se seu oposto, ou seja, a água que inibe o fogo.
Contudo, o Pentagrama aparece na pintura de Leonardo da Vinci (1452-1519). O “Homem Vitruviano” surge dentro de um círculo, o que demostra o ciclo de todas as coisas.
Note-se que, quando o pentagrama é desenhado dentro de um círculo, a sua função é unir todos os aspetos do homem.
Por fim, o pentagrama também pode simbolizar o Microcosmo, na medida em que representa o símbolo do "Homem de Pitágoras". Figura esta em que os braços e pernas abertas, ou seja, disposto em cinco partes em forma de cruz (o homem individual).
A mesma representação simboliza também o Macrocosmo (o Homem Universal) e é um símbolo de ordem e perfeição, a Verdade Divina.
Misteriosamente, a Estrela Flamejante, sempre foi, desde há muito tempo, aos dias de hoje, o distintivo de muitos militares, cujo as suas representações prendem-se aos atributos como a capacidade de decisão, o enfrentar desafios, honra, bravura, disposição para a batalha, expressão de vitória e de conquista, visivelmente patente nas “divisas”, de forma hierárquica, que corresponde na pratica militar á expressão de superioridade em relação aos demais. Expressa também a busca de igualdade perante os grandes.
Na Maçonaria, o Laço Infinito (como também era conhecido o pentagrama, por ser traçado com uma mesma linha) era o emblema da virtude e do dever. O homem microcósmico era associado ao Pentalpha (a estrela de cinco pontas), sendo o símbolo entrelaçado ao trono do mestre da Loja.
Importa saber que a Estrela Flamejante traduz a luz interna do Companheiro, ou que representa o próprio homem Maçon dotado da luz que lhe foi transmitida.
O caminho do Companheiro é sinuoso e difícil. O Companheiro passa das asperezas terrenas para as belezas astrais, isto é, para o transcendental (Cosmo, Universo).
Diz-se também que o Grau de Companheiro também é dedicado à direção da mocidade, a felicidade possível, por meio do trabalho, da virtude, e das ciências que lhe são recomendadas.
Um dos principais objetivos do Companheiro é saber semear a dúvida na sua mente, não admitindo senão que possa ser provado e satisfaça a sua razão.
O Companheiro deve deixar-se guiar pelo valor, pela energia e pela Inteligência, as três forças que poderão salvá-lo da ignorância, do fanatismo e da superstição fazendo-lhe abandonar o ilusório pela realidade.
Devem os Irmãos compreender definitivamente, que a sublime instituição não é somente o reino da tolerância, pois é acima de tudo uma ordem a serviço da verdade em movimento.
Para finalizar, é de realçar que, se o trabalho é uma característica primordial da Maçonaria, mais ainda o é no Grau de Companheiro, que a ele se dedica, como se dedica às ciências, à filosofia e às artes, ouvindo sempre, falando quando necessário e trabalhando bem e muito, dentro dos melhores princípios maçónicos.
Trabalhar, principalmente como Companheiro, é dedicar-se à construção do seu Templo Interior, num processo contínuo, no qual o sentido de “vencer as paixões e submeter as nossas vontades” acentua se mais no presente.
Pouco a pouco, com a perseverança do trabalho e o uso adequado das ferramentas, e sobretudo unido, o Companheiro entrega-se à construção do edifício, dentro de si, mas com o objetivo de se projetar para fora, para a sociedade, num processo sociológico que pretende exteriorizar e transmitir para outros indivíduos as conquistas espirituais que constituem a argamassa e os demais materiais utilizados na ação de construir.
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