É natural que se pergunte qual o sentido do ritual Maçónico neste novo século. De alguma forma, para quem não o vive, trata-se de um mistério que leva a grandes equívocos e, por vezes, a especulações pouco exactas e quase sempre depreciativas.
A verdade é que é difícil para um não Maçon sentir e compreender algo que nunca viveu e que não encontra equivalente em mais nenhuma outra experiência espiritual e social seja a nível individual ou a nível colectivo.
Vivemos numa sociedade em que somos bombardeados em permanência pela existência do conflito, da injustiça, pela barbárie. Neste contexto, ser-se Maçon é tomar o partido dos grandes valores da Humanidade, combatendo através da prática quotidiana o lema fundador da Maçonaria: Liberdade, Igualdade, Fraternidade.
Assim, o Maçon enfrenta de forma gradual, iniciática, um sistema de símbolos e sinais que ao serem vividos na sua plenitude o preparam para uma vivência elevada, tornando-se capaz, num trabalho constante de auto-aperfeiçoamento, de constituir um núcleo de seres livres, permanentes construtores de um Templo de Paz e Dignidade no seio da sociedade em que se movimentam.
Desta forma, o ritual Maçónico é, essencialmente, um momento de descoberta, do indivíduo entre pares, de permanente inovação e criatividade onde através de movimentos cuidados, palavras específicas, silêncio e melodia se edifica criteriosamente um trabalho poético pleno de força, sabedoria e beleza.
Para cada Maçon a vivência do ritual revela-se de forma diferente. Cada símbolo, cada palavra dita, ecoa de forma diferente consoante aqueles que participam dessa sessão conjunta de homens na senda da Liberdade.
Gradualmente, cada detalhe ganha novas formas, novas leituras e sentidos. Nada é mecânico ou uma simplista repetição. Da mesma maneira que todos os dias estamos despertos para diferentes pontos da nossa vida, em cada sessão somos chamados e engrandecidos com surpresa para novos aspectos do ritual. O Maçon torna-se um investigador de si próprio, penetrando no seu ser mais íntimo como se entrasse num intricado bosque no qual vai aprendendo a orientar-se.
Fazendo mais uma vez referência a este mundo de agressividade, hoje como sempre a Maçonaria e o seu ritual simbólico surgem como uma resposta profunda e consistente, unindo mãos numa gigantesca cadeia.
Autor: Hugo Pratt
1 comentário:
Li a respeito dos ideais da maçonaria e senti que realmente todos os "homens" (mulheres),deveriam compartilhar dos mesmos ideais. Sou uma cidadã comum de 40 anos, e só agora depois de ir para a Faculdade me dei conta de que não tenho participação ativa na sociedade e não tenho estado comprometida como deveria.
Liberdade, Igualdade e Fraternidade.
Gostaria muito de saber mais sobre o assunto, pois nos tempos atuais podemos nao ter causas como as abolicionistas mas temos muitas outras com extrema necessidade de apoio como a educação e a corrupção. Podemos erguer uma nova bandeira e mudar um pouco o nosso País e o mundo. Sou mulher e gostaria muito de poder participar do que na minha visão é uma associação muito respeitável e de princípios verdadeiros. Com responsabilidade, nova visão que espero esteja atingindo o cidadão comum como eu. Eu mesma estou tentando mudar e melhorar como pessoa, tentando ser o mais honesta possível, procurando realmente amar mais e me importar mais com o meu semelhante. Gostaria de participar e quem sabe até ser membro de tão distinta Sociedade.
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