terça-feira, 6 de abril de 2021

John Locke

O principal teórico do empirismo foi o filósofo inglês John Locke (1632 – 1704), que defendeu a ideia de que a mente humana é uma "folha em branco" ou uma "tabula rasa", onde são gravadas impressões externas. Por isso, não reconhece a existência de ideias natas, nem do conhecimento universal.

A Filosofia de John Locke tornou-se, desde sua época, conhecida como Liberalismo – a crença nos princípios da liberdade e da igualdade. As revoluções na América do Norte e na França, no final do século XVIII, tinham como base os ideais liberais. A Declaração de Independência e a Constituição norte-americana, via Thomas Jefferson, um dos seguidores de Locke, com ênfase na “proteção da vida, liberdade e propriedade”, podem ser diretamente identificados na sua filosofia daquele filho de puritanos que apoiaram a causa parlamentarista na Guerra Civil inglesa, eclodida em 1642 com uma série de conflitos gerados pelo temor que Carlos I tentasse introduzir o Absolutismo na Inglaterra.

Em 1661, Luís XIV deu início ao seu reinado absolutista na França, expresso na frase “L’État c’est moi”. Em 1689, a Declaração de Direitos inglesa assegurou os direitos do Parlamento e eleições livres de interferência da realeza. No Século XVIII, revoluções com participações populares levaram à criação de Repúblicas baseadas nos Princípios Liberais, progressistas naquela época.

Os motivos que me levaram na escolha de John Locke, prende-se ao facto de ter sido, não só um dos pioneiros do Empirismo, como também do Liberalismo, valores esses que coadunam com a minha forma de estar e de ser, enquanto individuo nesse contexto, o qual adotei de uma forma educacional e gradual. Posteriormente com a aprendizagem, e crescimento, no qual me fui revendo, e pretendo preservar tão valiosos conceitos, que, e de acordo com algumas adversidades que se cruzaram no meu percurso de vida, e de forma dolorosa, me fizeram valer mantendo uma postura enquadrada neste espirito, de carácter, atitude e compreensão, como base fundamental de minimizar, aceitar, respeitar e contribuir. Para que sejam referidos tais argumentos abaixo descritos, de realçar que ainda hoje são considerados pilares de uma sociedade mais justa, mais livre, igualitária, e mais tolerante, que se esperam um contributo necessário e constante do respeito pelo próximo.

Nesta breve reflexão, Locke inicia como argumento atacando a noção de que o entendimento possui princípios inatos e para sustentar isso, ao afirmar que qualquer homem pelo uso de suas faculdades pode ter acesso ao conhecimento sem o auxílio de ideias inatas. Segundo o mesmo, tudo isto constitui prova suficiente que o inatismo é falso.

Põe-se em posição contrária ao argumento do consentimento universal, o qual diz haver princípios que gozam de aceitação geral entre os homens. Mas, se isso for verdadeiro o argumento não se constitui numa prova para atestar o inatismo.

Utiliza outro argumento para apontar a falha do inatismo, é que ele parte da premissa que não pode haver conteúdos mentais sem que estes sejam percebidos. Sendo assim, não existem ideias inatas e que tenham consentimento universal, porque se assim fosse estas seriam conhecidas pelos idiotas e crianças. 

Vai-se de encontro ao argumento de que estas ideias são conhecidas na idade da razão. A razão não descobre estes princípios inatos, pois razão é “a faculdade de deduzir verdades desconhecidas de princípios ou proposições já conhecidos”. E mesmo se a razão descobrisse tais ideias isso só provaria a falsidade do inatismo. 

De acordo com as suas ideias, mostra que derivam de sensações 

A filosofia empírica (do grego empeiria = experiência) ganha formulação paradigmática, sistemática, metodológica e crítica consciente a partir de Locke.

Seguindo a linha tradicional do empirismo, que admite que todo conhecimento vem da experiência, portanto, dos sentidos, Locke busca compreender qual a gênese, a função e os limites do entendimento humano. Para isso, critica a noção cartesiana de sujeito como substância. “A mente é uma tabula rasa”, já diria Aristóteles, que é retomado aqui para evidenciar que nada não existe na mente que não estivesse antes nos sentidos.

A mente, segundo Locke, tem tanto o poder de operar combinações entre as ideias simples formando ideias complexas, como o de separar as ideias umas das outras formando ideias gerais.

Sendo uma teoria que se opõe ao Racionalismo, o empirismo critica a metafísica e conceitos como os de causa e substância. Ou seja, todo o processo do conhecer, do saber e do agir é aprendido pela experiência, pela tentativa e erro.

Locke foi o primeiro a articular os Princípios Liberais de Governo, a saber, que o propósito do governo era:
• preservar os direitos dos cidadãos à vida, à liberdade, e à propriedade,
• buscar o bem público, e
• punir quem violasse os direitos dos outros.

Numa luta contra o Estado absolutista, Locke foi favorável a um papel limitado para o governo:
• deveria proteger a propriedade privada das pessoas, uma conquista social contra os latifúndios aristocratas em época de predominância de uma sociedade rural.
• manteria também a paz, protegendo os cidadãos contra invasões estrangeiras, pois eram comuns as tentativas de conquista de territórios alheios como forma de acumulação de riqueza em uma sociedade rural.
• garantiria, assim, a produção de mercadorias para todo o povo.

O propósito governamental seria ajustar o que falta no Estado de Natureza para garantir a liberdade e a prosperidade do povo. Não haveria necessidade de escravizar as pessoas sob um governo absolutista. 



Autor: John Locke

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