terça-feira, 3 de abril de 2012

Viagens


Na cegueira das trevas do profano a começar,
Com o pé descalço o caminho árduo andará.
Peito e braço mostram tudo o que têm para dar,
(Esta Augusta Ordem e os seus Irmãos assim o merecem.)
O Neófito assim o fará.

O Ar puro inspirado pela criança,
Auspícios a Norte de progressos e evoluções.
O início da viagem marca-se com coragem e desconfiança,
Sob sons de ventos e de trovões.

O caminho sinuoso resiste ao tempo infinito.
O vento sopra o bem e a verdade de sempre.
A criança que faz hoje o rito,
Ficará para sempre diferente.

A idade avança e a viagem também.
No caminho do Sul ouvem-se espadas que lutam em duelos.
É a luta pela conduta moral e pelo bem.
O Jovem perdido no vício e hábitos aprenderá a vencê-los.

A água liberta a pedra bruta de tanta aresta polida.
O Jovem limpa-se de ignorância e fraqueza.
Esta caminhada não se encontra perdida,
O Neófito faz dela uma certeza.

Limpo e impio se encontra o Viajante,
Homem pronto para o fogo que se avizinha.
Na terceira viagem o som do silêncio é determinante,
Passos ouvem-se a oriente de quem também caminha.

À paz que sente no seu coração,
Ao Homem se funde o fogo do amor fraterno.
Não mais seguirá a dor da errante imaginação,
Sabedoria aprendida no seio do seu caminho eterno.

A Liberdade,
A Igualdade,
A Fraternidade,
Pilares da nossa Ordem,
Serão agora dignificados,
Pelo Neófito que recebem,
Os irmãos tríplice abraçados.

As viagens terminam com o devido respeito,
O aprendiz, o companheiro e o mestre.
O Neófito de compasso ao peito,
De sentimento de exactidão eterno se reveste.

Autor: Carl Sagan, II

1 comentário:

Anónimo disse...

Sem palavras,excelente.

Jónatas