Desde o seu aparecimento, a corda a que se acrescentavam nós equidistantes, foi usada como instrumento de medida por vários grupos profissionais incluindo os construtores.
A medida utilizada era a distância que separava os vários nós (o côvado, por exemplo, que corresponde à distância entre o cotovelo e a extremidade do terceiro dedo, é mencionado na Bíblia a propósito das medidas do templo de Salomão).
A corda com nós servia também para obter relações de proporcionalidade na geometria como o demonstrou Pitágoras. A corda também é mencionada no Corão como elemento do socorro que qualquer crente pode pedir a Deus. Em Maçonaria o Cordão Nodoso delimita o templo na sua parte superior correspondente à base ou início da abóboda. Começa sobre a porta do ocidente, torneando-o pelo norte, oriente e sul, e regressa ao ocidente onde termina na mesma porta.
Tanto no princípio como no fim, a corda tem nas suas extremidades, borlas. Estas borlas terminam em franjas que lembram os fios que envolviam os capitéis ornamentados com romãs e com lótus no topo das colunas “J” e “B” à porta do templo de Salomão.
A abertura da corda com as referidas borlas posicionada na porta do templo, significa que a maçonaria está sempre disponível ao acolhimento de novos integrantes. A Maçonaria é pois dinâmica e progressista estando aberta a novas ideias que possam contribuir para o progresso do Homem e para a evolução racional da Humanidade.
O Cordão Nodoso é assim constituído por uma corda terminada em borlas e com um número variável de nós. Esses nós ou Laços de Amor representam os maçons unidos através do amor fraterno que deve existir entre todos mantendo contudo a sua individualidade. Podem igualmente ser entendidos como símbolo das dificuldades que a vida apresenta.
Os Laços de Amor estão nas cordas de doze e de oitenta um nós que delimitam os templos maçónicos e na corda do painel dos graus simbólicos.
A corda de doze nós tem feitos em si doze nós direitos que representam cada um o signo do zodíaco, enquanto imagem do universo e no seu conjunto representam o infinito. Marcam igualmente os solstícios de verão (festa do Conhecimento) e de inverno (Esperança) e os equinócios de outono e de primavera.
Desta corda também conhecida como corda dos druidas, existe uma variante com treze nós, seis de cada lado dum nó situado no oriente sobre o Venerável Mestre.
Na Corda de oitenta e um nós, o nó central fica por cima do trono do venerável, e representa o Número 1, a Unidade Indivisível, símbolo do GADU, princípio e fundamento do Universo. Os demais distribuem-se nas duas laterais, quarenta nós equidistantes de cada lado, terminando em duas borlas caídas junto aos batentes da porta do templo. Estas borlas representam cada uma, Temperança, Coragem, Justiça e Prudência.
O número oitenta e um tem grande significado pois é um múltiplo de três e o quadrado de nove, números com um elevado simbolismo maçónico. A corda é mencionada nos rituais em vários graus simbólicos. Representa pois a união fraterna entre os maçons, a cadeia de união que os liga indissoluvelmente.
Em Maçonaria, o cordão nodoso surge ainda noutros contextos: Assim, a corda é usada na cerimónia de iniciação no rito escocês antigo e aceito em que o candidato a traz ao pescoço como símbolo de humildade e do estado de submissão ao mundo anterior em que ainda como profano se encontrava até receber a luz na altura em que é iniciado na ordem maçónica.
Quando o painel da loja era desenhado no chão costumava-se fazer o seu contorno com uma corda na qual se davam vários nós, em oito simples ou laços de amor, terminada em borla nas extremidades.
Esta corda é interpretada como elemento protetor do próprio templo separando as dimensões do profano e do sagrado cuja passagem era simbolicamente permitida através do espaço que separava as extremidades da corda.
Atualmente a corda que surge em torno do painel da loja apresenta um número variável de nós consoante o grau em que se realizam os trabalhos (no grau de aprendiz em número de três, no grau de companheiro cinco e no grau de mestre sete) e simboliza a cadeia de união espiritual que protege o templo.
A família única que todos os maçons da Terra devem formar é representada não só pelo Cordão Nodoso mas também pelo Pavimento Mosaico, pelas Romãs e pela Cadeia de União. O Pavimento dos templos, chão feito de mosaicos em xadrez de quadrados pretos e brancos, representa a diversidade do globo e das raças unidas pela maçonaria. Simboliza também a oposição dos contrários (bem/mal, espírito/corpo, luz e trevas). Este pavimento pode terminar em linha reta ou em cercadura / borda / orla dentada constituída por triângulos brancos e negros alternados. Esta borda dentada tem o mesmo significado que o cordão nodoso, que é a já referida cadeia de união espiritual que protege o templo.
A Romã é o símbolo dos maçons no mundo, unidos num ideal comum em perfeita harmonia, solidariedade e prosperidade entre eles, mas separados na sua individualidade e personalidade. Em número de três, as romãs decoram a parte superior do capitel das colunas “J” e “B”, e também surgem representadas no painel de loja no grau de aprendiz.
A Cadeia de União tem como representação material e permanente o cordão nodoso à volta do templo. Esta, é um ritual praticado em loja que tem lugar no encerramento das sessões ou nas sessões de iniciação, elevação ou exaltação de grau e que simboliza a união de todos os maçons. A Cadeia de União une-nos, maçons, no tempo e no espaço. Vem-nos do passado e tende para o futuro. Por ela nos ligamos aos Irmãos que outrora a formaram e por ela se devem unir todos os maçons de todos os países.
A Cadeia de União é o único momento do ritual maçónico em que todos os Irmãos são verdadeiramente iguais entre si, em que a hierarquia deriva apenas da própria execução da Cadeia. Através da execução da referida Cadeia de União consegue-se o Laço Místico sendo este pois, a união entre os maçons que a compõem.
A Cadeia de União é assim a manifestação da verdadeira amizade comungada pelos obreiros que nela participam representando a “Lei do Amor Fraternal” base de toda a filosofia Maçónica. A Fraternidade, emblema da própria Ordem Maçónica, é como tal anunciada na abertura dos trabalhos mediante a aclamação em sintonia por todos os presentes: «Liberdade, Igualdade, Fraternidade».
A nobreza dos ideais maçónicos é indiscutível e os seus símbolos interrelacionam-se de tal forma que é impossível falar de cada um deles isoladamente, como acabou de acontecer.
Autor: João Bosco
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