Ao longo da história, há vários registos que nos asseguram que o Avental sempre esteve intimamente associado a um certo misticismo.
Conforme referido por Fred Crowe, citando Oliver, o avental foi e é usado como símbolo de pureza e purificação em múltiplas ocasiões. Na iniciação nos antigos mistérios de Mitras, na iniciação dos Essénios, em certas iniciações Japonesas, no adorno de divindades Gregas e Egípcias, por druidas, por antigos sacerdotes, por candidatos ao baptismo, entre outros. Ainda hoje em dia, o avental é usado por alguns dignitários eclesiásticos. Adicionalmente ao cunho místico acima referido, é inegável que o Avental foi também sempre utilizado com propósitos mais pragmáticos: o da protecção da roupa e do corpo. Foi e ainda é utilizado por várias profissões e nos mais variados materiais: pano, pele, borracha, chumbo, entre outros.
Ora, também na maçonaria operativa, o Avental apresentava-se como um artigo indispensável no equipamento de um trabalhador, cumprindo a finalidade já referida de protecção da roupa e do corpo. William Harry Rylands refere um contrato, datado de 2 de Fevereiro de 1685, no qual um mestre obrigava-se a fornecer ao seu aprendiz “...suficiente, saudável e competente alimento, bebida, alojamento e aventais.”
Tendo em conta as especificidades do trabalho dos pedreiros livres operativos, tudo nos leva a crer que para que a referida protecção fosse eficaz, estes aventais deveriam ser de grandes dimensões, cobrindo grande parte do corpo, e feitos de um material resistente, o menos dispendioso possível. À época, o material que melhor se adequaria a estes requisitos seria a pele.
Reportemo-nos à génese da Maçonaria especulativa e à tese mais comummente partilhada de que esta nasce da transformação das Lojas operativas em especulativas. Ora, com a extinção do movimento gótico e com o declínio das grandes construções, as Lojas contavam com cada vez menos pedreiros livres e começavam a ser compostas por cada vez mais profissionais de outras áreas, estudiosos, cientistas, etc., que partilhavam dos mesmos valores e forma de estar dos pedreiros livres.
Não é objectivo desta prancha aprofundar a origem da Maçonaria especulativa, mas o atrás referido apoia a tese de que com esta nova composição, cada vez mais heterogénea, as Lojas operativas ter-se-iam progressivamente transformado em Lojas especulativas, mantendo muitos dos costumes e das ferramentas dos pedreiros, se bem que com um diferente propósito. Particularmente, no que diz respeito ao Avental, a sua adopção pelas Lojas especulativas passa em primeiro lugar pelo seu valor simbólico e em segundo lugar pelo da distinção do grau do Maçom.
Oliveira Marques, no seu Dicionário de Maçonaria Portuguesa, esclarece que o Avental é o “Elemento principal e essencial das insígnias maçónicas, símbolo do trabalho, tanto físico como intelectual e moral.” Simbolicamente, o Avental representa o trabalho constante ao qual o Maçom se encontra eternamente vinculado. Ao contrário dos maçons operativos, que tinham como missão o corte e desbaste da pedra material para a construção de edifícios, os Maçons especulativos têm por missão a aprendizagem e constante aperfeiçoamento da arte da transformação da pedra bruta em pedra cúbica, que pelas suas características geométricas únicas garantirá o tão almejado templo interior de estrutura sólida e robusta.
Este trabalho de transformação, entendido como o eterno caminho do aperfeiçoamento de cada um de nós, combatendo os vícios e glorificando o direito e a virtude, em prol da sociedade, produzirá naturalmente fragmentos na pedra que, sem experiência e sem a devida protecção poderão facilmente ferir-nos.
Numa Loja simbólica, à medida que o recém iniciado Maçom vai adquirindo experiência no seu trabalho maçónico, desde que começa como Aprendiz, passa por Companheiro e termina como Mestre, é expectável que a pedra vá assumindo uma forma mais regular e que o seu trabalho vá produzindo cada vez menos fragmentos. O Avental vai simbolicamente acompanhando este trajecto.
O Aprendiz usa o Avental com a abeta levantada, exactamente porque ainda não é experiente na Maçonaria e é natural que cometa mais erros, produza mais fragmentos, durante o trabalho da pedra bruta do seu carácter. A sua necessidade de protecção é por isso maior. Quando a pedra já não apresentar arestas vivas, a necessidade de protecção será menor e a abeta poderá ser baixada, passando a Companheiro Durante a cerimónia de iniciação maçónica, no momento da investidura, o Venerável Mestre entrega ao Irmão Mestre de Cerimónias um Avental branco, para que o ponha no neófito enquanto esclarece que este é a sua principal insígnia, pois, conforme já referido, é o emblema do trabalho. O Venerável Mestre prossegue, dizendo: “Recomendo-vos que a useis e considereis como tal, e asseguro-vos que, se nunca a desonrardes, ela jamais vos desonrará.”
O Venerável Mestre continua, esclarecendo que “Sem ela não podeis comparecer às nossas sessões, mas também não a deveis pôr para visitar uma loja em que haja um irmão com quem estejais em desacordo ou contra quem mantenhais alguma animosidade, sem que previamente se restabeleçam as vossas relações de fraterna e cordial amizade Durante a cerimónia de iniciação maçónica, no momento da investidura, o Venerável Mestre entrega ao Irmão Mestre de Cerimónias um Avental branco, para que o ponha no neófito enquanto esclarece que este é a sua principal insígnia, pois, conforme já referido, é o emblema do trabalho. O Venerável Mestre prossegue, dizendo: “Recomendo-vos que a useis e considereis como tal, e asseguro-vos que, se nunca a desonrardes, ela jamais vos desonrará.”
O Venerável Mestre continua, esclarecendo que “Sem ela não podeis comparecer às nossas sessões, mas também não a deveis pôr para visitar uma loja em que haja um irmão com quem estejais em desacordo ou contra quem mantenhais alguma animosidade, sem que previamente se restabeleçam as vossas relações de fraterna e cordial amizade Suportando-me novamente nos escritos de William Harry Rylands7, é nos dito que o mais conhecido primitivo representante dos aventais dos Maçons especulativos é aquele que se encontra no frontispício do Livro da Constituição, publicado em 1723, no qual um Irmão é representado entregando na Loja um certo número de Aventais e de Luvas, parecendo os primeiros terem tamanho considerável e cordões compridos.
Com o passar dos tempos, o Avental foi sendo alvo de várias adaptações livres, ao ponto de ter havido a necessidade da produção de normas e regulamentos que tentassem evitar os exageros e a descaracterização deste tão importante símbolo. Actualmente, a maioria dos Aventais Maçónicos é rectangular, com uma abeta triangular.
O Aprendiz, usa um Avental branco, com a abeta levantada, pelos motivos já atrás expostos. À sua cor, branca, pode ser também atribuída o significado da inocência, já que foi purificado pela sua iniciação e tem muito pouco conhecimento da Maçonaria.
O Companheiro, usa exactamente o mesmo Avental que o Aprendiz, mas com a abeta para baixo. Já tem mais conhecimentos que lhe permitem o trabalho da pedra com a produção de menos fragmentos. Tem uma menor necessidade de protecção.
Por último, o Mestre, tem um Avental branco, orlado de encarnado ou azul, consoante a Potência da loja simbólica ou o Rito praticado, e com as letras M e B bordadas no interior do rectângulo.
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